Deputados querem ouvir governadores sobre piso dos professores 

A presidenta da Subcomissão Permanente sobre Financiamento da Educação da Câmara dos Deputados, deputada Iara Bernardi (PT-SP), quer estabelecer um debate com governadores de estados e do Distrito Federal sobre o cumprimento da lei que criou o Piso Nacional do Magistério. A Comissão de Educação aprovou requerimento de autoria da deputada para realizar uma audiência pública sobre o tema.  

Um dos motivos que justificam o debate é a recente articulação de vários governadores junto ao Legislativo para aprovar uma legislação que contraponha a lei do piso, sob o argumento de que os estados não podem pagar aos professores o que a atual legislação determina.

Também devem participar do debate representantes do Ministério da Educação (MEC) e do Conselho Nacional dos Secretários de Educação dos Estados (Consed), além de prefeitos e membros da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime).

“A ideia é que possamos ouvi-los nos seus pleitos, visando a busca de estratégias e soluções mais eficazes e imediatas para assegurar o cumprimento do piso salarial dos professores brasileiros”, argumentou a deputada.

Ao destacar que o Senado Federal também se debruça sobre o tema do financiamento da educação a partir da criação de uma comissão especial, Iara Bernardi argumentou que a tarefa não pode se restringir a uma iniciativa do Congresso Nacional. “Cabe a todos os gestores nas três esferas administrativas e a nós parlamentares encontrarmos saídas”, reforçou.

Recentemente, a CNTE divulgou nota repudiando a iniciativa dos governadores. Pelas regras atuais, a previsão de crescimento dos salários dos professores é de 19% em janeiro do próximo ano. Já a proposta dos governadores, segundo a CNTE, é oferecer um índice um pouco maior que o do INPC e da inflação, que representaria algo em torno de 7,5%, com apenas 2% de ganho real.

No requerimento aprovado pela Comissão de Educação, a deputada Iara Bernardi destaca que, além da iniciativa dos governadores, outras situações colocam a questão do financiamento da educação na pauta do Legislativo.

Ela destaca a iminente aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), com uma previsão de investimento chegando a 10% do PIB (Produto Interno Bruto); a entrada em vigor de uma fonte nova e simbólica de recursos, provindos dos royalties do petróleo e do Fundo Social do Pré-Sal; e a discussão sobre a meta de atualização do valor do Piso Salarial Nacional e sobre a disposição de o MEC contribuir para as folhas de pagamento do magistério estadual e municipal.

Da Redação em Brasília
Com PT na Câmara