França vai revisar políticas fiscais para deter protestos
O ministro francês de Ecologia e Energia, Philippe Martin, anunciou a suspensão, ao menos até 2015, da chamada Ecotaxa, imposto sobre os veículos de carga, que gerou uma onda de protestos em todo o país.
Publicado 19/11/2013 18:42
A medida deveria entrar em vigor no dia 1º de janeiro, mas será adiada até que se faça uma revisão do sistema fiscal, afirmou Martin.
"É melhor usar o tempo para explicar, antes de o impor", disse o ministro, que não questionou o encargo, mas considerou que não é compreendido.
Em uma entrevista publicada nesta terça-feira (19), o premiê francês, Jean-Marc Ayrault, declarou sua disposição de convocar um debate com todos os interlocutores sociais sobre os impostos e a despesa pública.
"O sistema fiscal tornou-se muito complexo, quase ilegível, e os franceses muitas vezes não entendem sua lógica e nem estão convencidos de que o que pagam é justo", disse Ayrault.
Para Martin, o chefe de governo "tem razão em privilegiar o apaziguamento" depois das manifestações das últimas semanas, que incluíram a destruição de numerosos postos de cobranças de impostos.
O imposto para os caminhões de mais de 3,5 toneladas foi aprovado em 2009, sob o governo do presidente Nicolás Sarkozy, e deveria entrar em vigor a partir de janeiro de 2014.
No entanto, esta medida gerou no final de outubro uma onda de protestos na região de Bretanha, que deixou como saldo quatro feridos, dois deles graves.
A rejeição estendeu-se a todo o país e, neste fim de semana, entre dois mil e quatro mil caminhões realizaram uma carreata por importantes estradas para repudiar a medida.
O protesto afetou o trânsito, retardando o fluxo para as cidades de Estrasburgo, Toulouse, Bordéus, Marselha, Lyon, Lille e região parisiense.
O governo afirma que a ecotaxa permitirá financiar o desgaste nas estradas provocado pelos veículos de carga e, ao mesmo tempo, incentivará a utilização de um transporte mais ecológico, como o ferroviário e o marítimo.
Os opositores consideram, por sua vez, que o imposto encarecerá o custo do transporte e dos produtos, num momento de graves problemas econômicos.
A Frente de Esquerda convocou uma grande marcha para o dia 1º de dezembro, que parte de paris e vai até a sede do ministério de Economia, para reivindicar uma verdadeira revolução fiscal.
Fonte: Prensa Latina