Direitos Humanos: Movimentos sociais saem às ruas no Paraguai

Nesta terça-feira (10), Dia Internacional dos Direitos Humanos, movimentos sociais paraguaios se manifestam e denunciam série de violações aos direitos humanos que vem acontecendo nos últimos tempos no país. A concentração será na Praça Itália e marcha até o Panteón de Los Héroes, em Assunção.

Mariana Serafini, para o Portal Vermelho

Marcha pelos Direitos Humanos no Paraguai em 2012. Foto: Juan Heliborn

Nos primeiros cem dias de governo, o novo presidente Horácio Cartes (Partido Colorado), já cometeu incontáveis abusos de força policial. Esta será uma das pautas da manifestação de hoje. Atualmente, várias comunidades no norte do Paraguai vivem em Estado de Exceção. Famílias inteiras estão sendo perseguidas pelas forças armadas do país.
 
 

A justificativa do governo para a militarização das áreas é repreender o suposto EPP – Exército do Povo Paraguaio. Porém, até o momento não existe provas da real existência deste grupo intitulado de “guerrilha marxista”. Em conversa com o Portal Vermelho, o advogado que trabalha na questão de Curuguaty, Hugo Valiente, disse que existe sim um grupo guerrilheiro na região Norte do país, mas que serve de apoio ao narcotráfico e não a uma suposta revolução.

Há pouco mais de um mês um assentamento sem terra chamado Laterza Kue foi invadido pela polícia local e os campesinos desalojados. Já se passou um ano desde o Massacre de Curuguaty, onde os assentados de Marina Kue foram expulsos de forma brutal do terreno e os crimes ainda permanecem impunes. Os 14 presos políticos continuam detidos sem provas e podem ser julgados e condenados sem uma análise consistente da situação.

Nesta terça-feira (10) será lançado também um relatório anual da situação dos Direitos Humanos elaborado pela Coordenadoria de Direitos Humanos do Paraguai (Codehupy). Este ano o documento dará ênfase na luta de líderes campesinos brutalmente assassinados por grupos narcotraficantes. Entre eles Carlos Combino, Vidal Vegas (Curuguaty), Benjamin Lezcano, Lorenzo Areco e Domingo Bulfe.