“Tropas de choque, PM's armados, nada do que eu posso falar”

Governo Paulista quer investir 30 milhões de dólares, cerca de 67,5 milhões de reais, em veículos especiais de jatos de água e tinta para conter manifestações no estado.

Poderia ser apenas uma lembrança da música dos anos de 1980, da banda de punk rock chamada Plebe Rude, mas é uma referência a mais nova investida política de segurança que a polícia de Alckmin está disposta a implementar.

Com a desculpa de que é preciso controlar as manifestações praticadas com a tática dos Black Blocs e dar tranquilidade aos turistas que vem ao estado para acompanhar a Copa do Mundo, o governador e a polícia militar de São Paulo estão trabalhando para abrir uma licitação e adquirir verdadeiras máquinas de guerra para coibir as manifestações.

Não basta a ação truculenta no último período com balas de borracha, spray de pimenta e tropa de choque para “manter a ordem”. O governo vai alimentando a ideia de que é preciso aumentar seu poder bélico e combater, não só a tática mencionada, mas qualquer tipo de manifestação que reivindique seus direitos.

Denominado riot control (controle de tumulto), o veículo pode usar tinta, ao invés de água, para identificar os manifestantes.

Responsáveis por essa investida dizem que, mesmo com a compra desses veículos, os cassetetes de borracha e os demais mecanismos de dispersão continuaram atuando nos atos em que a polícia e o governo do estado acharem conveniente utilizar.

Essa política de segurança de combate não traz benefício nenhum para a sociedade. O governo deveria aplicar uma política de segurança voltada para a prevenção à violência, humanizada, e isso exige políticas de inclusão para melhorar os serviços de transporte, de saúde, de educação e oportunidade de trabalho. Porém, seria pedir demais para um governo tucano, cujo a lógica é governar para poucos.

Por Vandré Fernandes.