EUA: Comitê do Senado não deve aprovar novas sanções ao Irã

O Comitê Bancário do Senado dos Estados Unidos anunciou que não apoia novas sanções contra o Irã enquanto vigorar o acordo temporário, de seis meses, assinado entre o governo persa e o Grupo 5+1, no contexto das negociações sobre o seu programa nuclear. Na terça-feira (10), Tim Johnson, chefe do Comitê, disse que concorda com o presidente Barack Obama, e que seu grupo não pretende impor mais um pacote de medidas de coerção mantidas e expandidas contra o Irã desde 1979.

“O presidente dos Estados Unidos e o secretário de Estado [John Kerry] apresentaram razões convincentes que mostram que o Congresso suspende a discussão sobre novas sanções contra o Irã. Por isso, estou disposto a apoiar a sua solicitação de não tomar, de momento, nenhuma ação a respeito no nosso comitê”, explicou Johnson.

Este rechaço do democrata estadunidense segue a advertência do ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohamad Javad Zarif, contra a imposição de um novo pacote de medidas deste gênero, que destruiriam o acordo nuclear já alcançado com o G5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China, como membros do Conselho de Segurança, e a Alemanha).

“O acordo morreria. Não nos agrada dialogar sob pressão”, sublinhou Zarif, que disse ainda que esta medida colocaria em evidência a falta de seriedade e a falta de desejo de Washington para chegar a uma solução sobre o programa nuclear persa e sobre a coerção contra o país.

Enquanto isso, o mandatário estadunidense iniciou seus esforços diplomáticos para dissuadir os congressistas para desistirem da empreitada por novos embargos contra o Irã, e para não colocarem obstáculos à aplicação do acordo logrado no mês passado, em Genebra.

Obama reuniu-se com os parlamentares na Casa Branca, enquanto designou Kerry e Wendy Sherman, subsecretária para Assuntos Políticos, como encarregados de convencer os congressistas que a retomada de mais sanções só pode descarrilhar os diálogos ainda em desenvolvimento.

Os Estados Unidos foram o primeiro país a impor sanções contra o Irã, em 1979, quando a Revolução Islâmica derrubou um regime monárquico e autoritário apoiado pelo governo norte-americano. Desde então, a ONU e a União Europeia, em 2006 e 2010, também passaram a impor suas próprias medidas coercitivas, com base na acusação sobre a característica supostamente militar do programa nuclear persa.

Embora o Irã negue o objetivo bélico do seu programa e coopere com a Agência Internacional de Energia Atômica, da qual é membro, comprometendo-se com a característica pacífica – através da assinatura do Tratado de Não Proliferação Nuclear, por exemplo –, as sanções são frequentemente renovadas ou expandidas, focando especialmente o setor financeiro, a indústria automobilística e a petrolífera, assim como restrições de viagens e de comércio militar.

Com informações da HispanTV,
Da redação do Vermelho