Irã reitera empenho no diálogo e EUA podem estender sanções
O diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, Ali Akhbar Salehi assegura que “as instalações nucleares persas, inclusive o reator [de água deuterada, ou “pesada”] de Arak seguem com força o seu trabalho”. Nesta quinta-feira (19), o chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif reafirmou o compromisso do país com as negociações sobre o seu programa nuclear com os membros do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha, ao mesmo tempo em que o Senado dos EUA propõe mais sanções contra o Irã.
Publicado 19/12/2013 10:55
Mais uma vez na contramão do acordo nuclear assinado com o Irã, em novembro, o Senado dos Estados Unidos votará um projeto de extensão das sanções já impostas contra diversos setores do país e de instituição de novas exigências relativas às instalações e ao programa nuclear persa.
Segundo o acordo interino alcançado recentemente nas negociações com o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia, como membros do Conselho de Segurança da ONU, e a Alemanha), o Irã comprometeu-se com a redução do enriquecimento de urânio, de 20% para 5%, suficiente para o seu programa de energia nuclear, e com o maior acesso de inspetores internacionais às suas instalações, tópicos já implementados. O Ocidente, em retorno, comprometeu-se a aliviar as sanções contra o país.
Entretanto, na sequência de outro pacote de sanções anunciado há poucos dias (contra 19 empresas e indivíduos persas e estrangeiros de alguma forma ligados ao programa nuclear), o Senado norte-americano votará a nova proposta impulsionada pelo presidente democrata do Comitê de Relações Exteriores, Robert Menéndez, depois do recesso de Natal.
O projeto, além de estender as dimensões das sanções já impostas, considera também condições difíceis para um possível acordo final entre o Irã e o G5+1 após o período estabelecido pelo acordo interino, de seis meses.
“O projeto de lei do Senado afirma que [o presidente Barack] Obama não pode levantar as sanções a menos que os Estados Unidos e seus aliados cheguem a um acordo definitivo e verificável com o Irã”, segundo o Comitê.
A proposta inclui também a pressão pelo desmantelamento da infraestrutura nuclear do Irã, inclusive das suas capacidades e das instalações de enriquecimento de urânio e as atividades de reprocessamento.
Além disso, prevê que, caso Israel ponha em prática suas declarações agressivas contra o Irã, alegadamente resultantes da “preocupação securitária” relativa a um regime persa com poder nuclear, os Estados Unidos apoiarão o regime israelense com uma ajuda militar e econômica.
Entretanto, o Irã, como signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e membro ativo da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) vem exigindo o respeito global ao seu direito de desenvolver um programa de enriquecimento de urânio com fins civis, e não militares.
Ao mesmo tempo, denuncia a recusa israelense de assinar o TNP e de permitir o acesso dos inspetores da AIEA a diversas instalações nucleares, uma vez que ficará comprovado que Israel possui ogivas nucleares.
Ainda assim, o ministro de Relações Exteriores do Irã, Zarif sublinha a disposição e o empenho persas para solucionar as tensões sobre o seu programa nuclear através do diálogo continuado com o G5+1 e com a AIEA, instando o grupo a demonstrar seriedade e comprometimento com o avanço da questão.
Da redação do Vermelho,
Com informações da HispanTV