Jô chama trabalhadoras a pressionarem pela agenda feminina 

A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG), coordenadora da Bancada Feminina na Câmara, estimulou as trabalhadoras a realizarem atividades para pressionar a Câmara para aprovação da pauta legislativa das mulheres trabalhadoras. O chamamento foi feito na audiência pública que a
Comissão de Trabalho realizou nesta quinta-feira (12) para debater a desigualdade salarial entre homens e mulheres, assédio moral e sexual e enfrentamento à violência contra a mulher no mundo do trabalho. 

Jô chama trabalhadoras a pressionarem pela agenda feminina - Richard Silva

A deputada alertou que se não houver pressão, a Câmara não dará prioridade à agenda dos trabalhadores e trabalhadoras. Ela lembrou que o projeto de lei da deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), que garante igualdade entre mulheres e homens nas relações de trabalho foi retirado da pauta do Plenário no dia 5 de março e nunca mais retornou.

“Lembro que a representação dos trabalhadores nesta Casa é muito reduzida e se não fizermos pressão, não teremos vitória. Foi por pressão dos trabalhadores que o projeto de terceirização que prejudicava as relações de trabalho, foi retirado da pauta de discussão”, afirmou.

“Temos também que incorporar essa discussão de Mais Mulher na Política, com representação efetiva em todas as áreas”, ddisse a parlamentar, destacando a importância da representação feminina na política brasileira. Jô Moraes propôs que as bancadas femininas das centrais sindicais discutam em suas bases e tragam suas posições para serem debatidas em fevereiro e março na Câmara, mês em que se comemora do Dia Internacional da Mulher.

Autonomia econômica

Entre as representantes das centrais sindicais que participaram, da audiência, Ivania Pereira, Secretária Nacional da Mulher da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Secretária de Comunicação do Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB), destacou, em sua fala, que a principal bandeira para combater a violência contra a mulher é a autonomia econômica.

“A violência deve ser compreendida também como uma questão econômica”, avalia a líder sindical, para quem “as políticas públicas devem ter um olhar à prevenção da violência contra a mulher. Devemos nos antecipar a violência”, afirmou.

Para ela, a autonomia econômica da mulher exige apenas que sejam cumprida a Constituição federal do país que diz que somos todos iguais perante a lei, portanto não há justificativa para que a mulher realize a mesma tarefa que o homem e receba menos.

Ela defendeu mais creches , lembrando que elas são fundamentais para a autonomia das mulheres e existe hoje no Brasil um déficit de 15 milhões de vagas em creches.

Ivania disse que o problema precisa ser corrigido urgentemente, sob pena de não ser efetivado o esforço do governo para a inclusão da mulher no mercado de trabalho.

De Brasília
Márcia Xavier