EUA devem retomar apoio "não letal" a grupos armados na Síria

Em entrevista à emissora ABC, neste domingo (15), o secretário de Estado dos EUA disse que o país busca reestabelecer “rapidamente” a ajuda militar não letal ao Exército Livre Sírio (ELS), grupo paramilitar que combate as tropas do governo de Bashar Al-Assad. O envio de equipamentos foi suspenso na semana passada, quando a Frente Islâmica tomou instalações do ELS, mas o governo norte-americano retoma em breve uma das suas medidas de ingerência política e violação da soberania síria.

Militantes na Síria - Ricardo Garcia Villanova / AFP / Getty Images

Na quarta-feira (11), os EUA e o Reino Unido anunciaram a suspensão de ajuda militar “não letal” aos grupos armados que operam no norte da Síria, integrantes do Exército Livre Sírio (ELS), cujo comando é instalado no exterior.

Entretanto, o envio de equipamentos militares deve ser retomado em breve. “Creio que os responsáveis busquem ser cuidadosos, precisamos reunir-nos e assegurar-nos de que podemos avançar com cautela. Ninguém quer reconstruir um depósito para que ele volte a ser tomado [pelos islamistas]”, disse Kerry.

Uma das reuniões de que falou o chefe da diplomacia estadunidense é a Conferência Internacional de Paz Genebra 2, sobre a Síria, prevista para 22 de janeiro. O governo de Assad vinha instando as partes envolvidas no conflito a manter um diálogo político desde o início dos confrontos, em 2011, mas o apoio militar, financeiro e político do Ocidente e de países da região aos paramilitares prolongou a situação de violência disseminada.

Kerry disse, porém, que não interessa aos EUA o envolvimento em uma guerra na Síria, e recordou que a instabilidade no país árabe acarreta uma série de implicações regionais e que refletem o avanço sectário da questão, em que participam grupos ligados a redes terroristas extremistas.

Depois de um período intenso de defesa de uma intervenção militar, os EUA participam também nas negociações sobre a realização da conferência internacional, postergada pela recusa da oposição, liderada pelo ELS e pela Coalizão Nacional de Forças da Revolução e Oposição Síria (CNFROS), também baseada no exterior.

Entretanto, enquanto afirma a centralidade do diálogo político para a resolução do conflito na Síria, os EUA continuam apoiando os paramilitares, assim como outros países ocidentais e regionais, como a Turquia, o Catar e a Arábia Saudita.

Da redação do Vermelho,
Com informações da HispanTV