Restaurante giratório da FINDES: incompetência?

 A iniciativa privada, principalmente por intermédio de seus órgãos representativos, gosta de achincalhar o setor público, acusando-o de ineficiente. Essa crítica é recorrente e se intensifica toda vez que uma obra realizada pelo setor público estoura o cronograma e o orçamento. O açoite é intenso e ideologizado. 

Reustarante giratório

 A iniciativa privada, principalmente por intermédio de seus órgãos representativos, gosta de achincalhar o setor público, acusando-o de ineficiente. Essa crítica é recorrente e se intensifica toda vez que uma obra realizada pelo setor público estoura o cronograma e o orçamento. O açoite é intenso e ideologizado. 


Mas o setor privado é eficiente mesmo? Basta ser uma obra ou serviço executado pela iniciativa privada para que tudo ocorra às mil maravilhas, para que os prazos sejam cumpridos e o orçamento jamais estourado?

Claro que não! Não há uma lei que determine que o setor público é ineficiente e o privado eficiente. Isso diz repeito única e exclusivamente à competência e à seriedade com que o agente público ou privado cumpre seu papel. Nada mais do que isso.

Vejam o caso do restaurante giratório que está sendo construído no alto do prédio da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santos/FINDES, na reta da Penha. 

A FINDES anunciou a realização daquela obra com pompas e circunstâncias, conseguindo espaços privilegiados na mídia local, que cantou em prosa e verso a ousadia e inovação da Federação das Indústrias, por conta do arrojado projeto que daria ao estado um espaço cultural e gastronômico jamais imaginado, no qual os visitantes e comensais experimentariam um giro de 360 graus enquanto estivessem naquele cimo circular, no feitio de um disco voador. E tudo isso seria possível a partir do início de 2013, quando a obra já estaria pronta. Mas a obra não ficou pronta e ninguém sabe dizer quando ficará e até se ficará. Imaginem o que a mídia local estaria dizendo se fosse uma obra pública? Pois é.

Oficialmente a FINDES alega que foi necessário contratar serviços técnicos para avaliar o impacto que o vento terá sobre aquela estrutura e que só após a conclusão destes estudos é que uma posição mais precisa poderá ser dada pela entidade. E se os tais estudos concluírem que a obra é inviável? Como ficará a situação? Quem será responsabilizado? E quais são os responsáveis pelo estouro no orçamento e no cronograma? Como não previram que era necessário fazer um estudo do impacto do vento sobre a obra? Isso faz parte do babá da engenharia civil. Será que os responsáveis foram irresponsáveis? São perguntas que precisam ser respondidas e enquanto não forem, a FINDES deveria baixar uma decisão proibindo qualquer um de seus membros a acusarem o setor público de ineficiente.

Autor: Claudio Machado

Ricardo Tristão colaborou com a matéria