EUA debatem punição a delator do seu programa de espionagem

O jornal estadunidense The New York Times avaliou, neste domingo (5), o debate político no Congresso dos EUA sobre o destino de Edward Snowden, ex-técnico da Agência Nacional de Segurança (NSA) e da Agência Central de Inteligência (CIA), que denunciou o programa criminoso de espionagem mundial norte-americano.

Espionagem nos EUA - The Guardian

De acordo com o jornal, a discussão é centrada na penalidade a ser imposta a Snowden, que está asilado temporariamente na Rússia. O senador republicano “libertário”, segundo a publicação, Rand Paul disse discordar dos que defendem uma penalização severa.

“Não acho que Sowden mereça uma pena de morte ou a prisão perpétua; eu acho que isso é inapropriado, e que é por isso que ele fugiu, pelo que enfrentaria,” disse o senador no programa This Week, da emissora pública ABC.

“Acho que, no fim, a história mostrará que ele revelou sérios abusos do nosso governo e grandes abusos da nossa comunidade de inteligência” ao expor a vigilância eletrônica abrangente da NSA, disse o senador. “Acredito que a única forma de ele voltar para o país é se alguém oferecer-lhe um julgamento justo, com uma sentença razoável”, continuou.

Já um democrata proeminente, o senador Charles E. Schumer, de Nova York, disse discordar de Paul veementemente sobre a barganha antes do retorno de Snowden.

A discussão do programa também avaliava o editorial do New York Times, que reconhecia o “enorme valor das informações que [Snowden] revelou” e propunha um acordo ou algum tipo de “clemência”.

Outras propostas de leniência, que vieram que grupos como o Sindicato Americano das Liberdades Civis e comentaristas nacionais e internacionais foram impulsionados também pela conclusão de um juiz federal de que um dos programas revelados por Snowden era “provavelmente inconstitucional”.

Ainda assim, o senador Schumer disse que, se o ex-técnico informático se considera parte de “uma grande tradição de desobediência civil neste país”, na qual incluiu Martin Luther King Jr. e Daniel Ellsberg – que revelou documentos do Departamento de Defesa, há quatro décadas –, ele deveria retornar ao país e enfrentar as consequências das suas ações. Segundo ele, o julgamento seria “esclarecedor” para o país.

Em junho, promotores federais entraram com uma queixa criminal contra Snowden, acusando-o de roubo e duas violações do Ato de Espionagem. Outros defensores da penalização do delator acusam-no de causar danos irreparáveis à inteligência norte-americana, referindo-se ao programa ilegal de espionagem conduzido pelo país inclusive contra chefes de Estado e empresas públicas, como a Petrobras, sob o pretexto do combate ao terrorismo.

Da redação do Vermelho,
Com informações do New York Times