Juventude dos EUA divulga relatório de impacto da recessão
O persistente desemprego entre a juventude nos Estados Unidos está somando US$ 25 bilhões anuais em impostos não coletados, diz o relatório recém-lançado, nesta segunda-feira (6), pela associação Jovens Invencíveis. O impacto social da proteção às elites em detrimento da população geral é inerente às políticas capitalistas, sobretudo durante os tempos de crise, em que o povo se vê imerso no empobrecimento, mas a preocupação com a diminuição das receitas daí derivadas é a que ganha força.
Publicado 07/01/2014 15:30

“A chave aqui é que não são apenas indivíduos os que estão sofrendo, como membros da nossa geração”, disse Rory O’Sullivan, diretor de pesquisa e políticas da associação Jovens Invencíveis, que conduziu o estudo. “Quando você tem uma geração inteira de pessoas que estão sem trabalho, isso criará custos tremendos para os contribuintes, agora e no futuro.”
O desemprego entre os trabalhadores de 16 a 24 anos está em 15%, em comparação com os 7,3% de todos os trabalhadores. O dado não inclui a juventude que não trabalha por estar na escola, na faculdade, ou a que desistiu de buscar emprego, desencorajada, de acordo com o artigo do jornal estadunidense The New York Times.
O relatório é um esforço para esclarecer o efeito financeiro desta situação quantitativamente, a única linguagem à qual os grupos afetados pelas políticas seletivas de arrocho e vantagem parecem entender.
O mesmo recurso é por vezes empregado pelos grupos de defesa dos direitos dos imigrantes contra medidas xenófobas e repressivas, uma vez que a linguagem da proteção aos direitos sociais e humanos não é suficiente.
Os autores do relatório determinaram a quantia hipoteticamente paga pelos jovens trabalhadores em impostos, caso estivessem empregados. Além disso, a avaliação do custo de cada jovem desempregado aos parcos programas de proteção social também foi feita: US$ 4.100 por ano, para os de 18 a 24 anos, e US$ 9.875 para os de idade ente 25 e 34.
Com base nestes dados, se o desemprego entre a juventude fosse reduzido à sua taxa pré-recessão, de acordo com o estudo, o Governo Federal estadunidense recuperaria US$ 7,8 bilhões, e os estados ou governos locais recuperariam US$ 1,1 bilhão. Novamente, as estimativas não incluem os jovens que desistiram de procurar emprego. Se assim fosse, o primeiro número seria US$ 25 bilhões.
O relatório apresenta-se como uma tentativa de detalhar o efeito desproporcional da recessão na juventude e em seus rendimentos. As conclusões renovaram o interesse em programas que há muito ficaram de lado, como os de jovens aprendizes e os colegiais vocacionais, diz o artigo do New York Times.
A associação Jovens Invencíveis disse que os programas federais para a juventude foram podados em US$ 1 bilhão por ano desde 2002, e recomendou o impulso a iniciativas diversas, assim como a volta das Bolsas de Oportunidade para Jovens, por exemplo, que eram dirigidas à juventude em situação de risco, mas foram suspensas em 2005.
Moara Crivelente, da redação do Vermelho
Com informações do jornal The New York Times