Soldado dos EUA mata menino afegão "por acidente"

Autoridades afegãs informaram, nesta sexta-feira (10), que tropas estadunidenses no país teriam matado um menino de quatro anos “por acidente”. Os incidentes resultantes na morte de civis têm causado a revolta da população, com manifestações frequentes que reivindicam a retirada das tropas estrangeiras do país.

Manifestações Afeganistão - HispanTV

Segundo um porta-voz do governo da província de Helmand, que tem altos índices de insegurança e violência, um soldado dos Estados Unidos teria disparado contra o menino por engano, na quarta-feira (8), “porque a visibilidade estava ruim,”, de acordo com a agência de notícias Reuters.

Apesar do treinamento sofisticado que as forças estadunidenses afirmam dar aos seus soldados, os incidentes deste gênero, assim como a morte frequente de civis pelos ataques com aviões não tripulados (drones) – supostamente de alta precisão – têm causado a revolta da população e o adiamento de um acordo que permitiria a manutenção de tropas dos EUA no Afeganistão para além de 2014, quando deveria ser encerrada a operação internacional.

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O presidente afegão, Hamid Karzai, apesar da pressão do governo estadunidense, tem se negado a assinar o acordo, ao menos até a próxima eleição presidencial, que deve ocorrer em abril deste ano. A recusa é respondia pelos EUA com diversas “advertências” sobre a retirada completa das suas tropas – o que deve indicar pressões menos claras sobre a suspensão de apoio ao governo.

Além disso, a ameaça sugere também a remoção completa de qualquer suporte no combate e repressão do grupo Talibã, com quem o governo mantém negociações turbulentas.

Ainda assim, Karzai exige o fim de todas as operações militares unilaterais dos Estados Unidos no Afeganistão como uma das pré-condições para a assinatura do documento, denominado “Acordo Bilateral de Segurança” (BSA, na sigla em inglês).

Segundo Karzai, as mortes de inúmeros civis resultam destas operações, conduzidas isoladamente pelas tropas da Organização para o Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da sua Força de Assistência Securitária Internacional (Isaf, na sigla em inglês) o resultado das mortes de inúmeros civis.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências