EUA voltam a pressionar Afeganistão pela manutenção de tropas

Os Estados Unidos continuam pressionando o Afeganistão para que o país assine o chamado Acordo Bilateral de Segurança (BSA, na sigla em inglês), que preveria a permanência de tropas estadunidenses em território afegão após a retirada da intervenção internacional, neste ano. Na segunda-feira (6), a Casa Branca exigiu a Cabul que firme o documento “nas próximas semanas”, ou retirará todas as tropas do país.

Afeganistão e EUA - Pete Souza / Casa Branca

“A nossa postura continua sendo a mesma. Se não podemos concluir o Acordo Bilateral de Segurança com rapidez, seremos obrigados a inciar um plano no qual não haverá presença estadunidense ou da Otan [Organização para o Tratado do Atlântico Norte] no Afeganistão, depois de 2014”, avisou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Segundo ele, a postergação da assinatura deixa cada vez mais provável este cenário. “Queremos que o acordo seja firmado em questão de semanas, e o tempo está passando”, agregou Carney.

Leia também:
EUA ameaçam Afeganistão economicamente para manter suas tropas
Oriente Médio: O papel dos EUA no aumento das tensões

A retirada completa das tropas estadunidenses é uma exigência de grande parte da população afegã e a recomendação de diversos analistas políticos, que vêm a ocupação militar do país como o principal entrave para o desenvolvimento independente e soberano, com a pobreza disseminada e a insegurança ainda como as principais realidades no país.

Entretanto, estão entre as linhas do comunicado as ameaças econômicas e a retirada de qualquer tipo de apoio menos evidente ao governo do presidente Hamid Karzai, que pretende adiar a assinatura do acordo para depois das eleições previstas para abril deste ano.

Problemas internos relativos à recusa de Karzai em assinar o documento são o uso disseminado de aviões não tripulados (drones) em ataques que têm matado centenas de civis, apesar da exigência afegã para o abandono deste método, e a imunidade demandada pelos EUA aos seus soldados, embora muitos sejam alvos de denúncias de abusos e violações contra a população afegã.

Da redação do Vermelho,
Com informações da HispanTV