Mais de 26 mil refugiados voltam a Angola até final do ano

 Mais de 26 mil refugiados angolanos, que vivem hoje em nações vizinhas, regressarão a Angola até o final deste ano sob a condição voluntária organizada pelo governo e organizações internacionais.

"Esta será a última fase do regresso de angolanos que residem em Zâmbia, República Democrática do Congo, Namíbia, África do Sul e Botsuana", revelou o representante do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados em Angola (Acnur), Hans Lunshof. Ele esclareceu que aqueles que desejem permanecer no país que residem, podem fazê-lo e ter a condição de residente, mas quem prefira regressar será repatriado de maneira organizada e por etapas.

O Acnur, em colaboração com o governo de Angola e interlocutores sociais, se esforçará neste ano para fazer muitos angolanos retornarem.

Um primeiro grupo de refugiados na Zâmbia, pelo conflito armado que assolou o território nacional, chegou na terça-feira passada (14).

O diretor de operações da Organização Internacional para as Migrações (OIM) em Angola, Emilio Goncalves, explicou que esse grupo de 43 pessoas foi transportado à província de Móxico, 800 quilômetros ao sudeste de Luanda, em aviões da Força Aérea da Zâmbia.

Um segundo grupo de 42 pessoas, que permaneceu nos campos de Maheba e Mayukwayukwa, noroeste e oeste da Zâmbia, respectivamente, chegou também na mesma jornada pelo aeroporto de Luena, capital de Moxico.

Durante a etapa, cujo final está previsto para março próximo, retornarão por essa zona, mil angolanos, que em sua maioria retornariam aos municípios dos Bundás, Alto Zambeze, Luau e Moxico .

Segundo a fonte, os repatriados foram acomodados em posto de trânsito da localidade de Sacassange, a 15 quilômetros ao sul de Luena, onde estão criadas as condições sociais básicas.

Números da Acnur indicam que Angola durante o conflito armado angolano (1961-2002) houve o deslocamento forçado de quatro milhões de pessoas e o exílio de outras 600 mil.

Prensa Latina