Coreia do Sul e EUA anunciam data para exercícios de guerra

O Ministério da Defesa da Coreia do Sul anunciou nesta segunda-feira (10) a data para o início dos exercícios militares conjuntos com os Estados Unidos: 24 de fevereiro. Apesar dos protestos da República Popular Democrática da Coreia e dos apelos pelo diálogo intercoreano em prol da aproximação, a Coreia do Sul optou por levar adiante os planos para os ensaios anuais, que sempre representam uma ameaça à vizinha.

Estados Unidos e Coreia do Sul - Associated Press

Segundo o porta-voz do ministério sul-coreano da Defesa, Kim Min-seok, o exercício "Key Resolve" é de caráter defensivo e vai realizar-se entre 24 de fevereiro e 6 de março. Mais de 5200 soldados norte-americanos vão participar do exercício.

O exercício "Foal Eagle" começa logo a seguir e estende-se até 18 de abril. Este exercício conta com a participação de mais de 7500 soldados dos EUA e integra manobras de terra, água e ar, classificadas de ofensivas pela RPDC, uma vez que inclui armas nucleares a bordo e o ensaio de combates com as tropas norte-coreanas.

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A Cruz Vermelha da Coreia do Sul e a da RDPC combinaram a reunião das famílias separadas dos dois países entre os dias 20 e 25 deste mês. A Comissão de Defesa Nacional da RDPC emitiu diversas notas apelando ao cancelamento das manobras militares conjuntas, fazendo referência à convocatória do governo norte-coreano à aproximação e ao diálogo intercoreano.

Em uma declaração emitida nesta segunda-feira (10), o Comando de Forças Conjuntas (CFC) da Coreia do Sul e dos Estados Unidos afirmava que a Key Resolve, uma simulação baseada em programas de computador, e a Foal Eagle, que envolve exercícios em terra, água e ar, são “exercícios vitais para fortalecer a prontidão da Aliança entre a República da Coreia [do sul] e os EUA.”

O envolvimento dos Estados Unidos na região é ressaltado frequentemente como grande fator de instabilidade e ameaça à RPDC, principalmente pelo histórico de ingerência daquele país na questão coreana. Segundo o CFC, os exercícios são realizados conforme o Tratado de Defesa Mútua entre os EUA e a Coreia do Sul assinado em 1º de outubro de 1953, quando terminou a Guerra da Coreia, com participação norte-americana direta.

Por isso, as autoridades norte-coreanas enfatizaram diversas vezes que os exercícios militares com os EUA, que pressupõem uma simulação de guerra contra a Coreia Popular, inclusive com armamentos nucleares, colocam em risco o esforço pela melhoria das relações nacionais e provoca o próprio risco de guerra.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências