Crise no governo de Israel põe colônias na Cisjordânia em foco

Naftali Bennett, ministro da Economia em Israel, recebeu uma advertência do gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, em que era demandado para pedir desculpas pelas declarações agressivas contra o premiê, devido às negociações com a Autoridade Palestina. Já nesta sexta-feira (31), a tensão entre os dois esfriou quando Bennett, um ativista raivoso pela ocupação, soube que os EUA e Netanyhau negociam a permanência da maior parte dos colonos israelenses em territórios palestinos.

Israel - Amos Biderman / Haaretz

Por dois dias e meio, a crise que se intensificou no começo da semana foi diminuindo. Até quarta (29/1) pela manhã, escreve Yossi Verter para o jornal israelense Ha’aretz, o pedido de desculpas exigido pelo escritório do premiê não deu resultado.

“Bennett mandou seu confidente, ministro dos Assuntos dos Prisioneiros, Uri Orbach, para anunciar à mídia que não haveria pedido de desculpas, porque não havia nada a ser lamentado,” diz o jornalista.

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“Seu colega de partido [do Lar Judeu], ministro da Habitação de da Construção, Uri Ariel, que também foi entrevistado, já deu uma mensagem mais conciliadora e moderada. Ao contrário de Orbach, Ariel é um político mais experiente. (…) Ariel lidera um ministério poderoso e bem sustentado pelo orçamento, o que sempre foi o sonho dos colonos; desistir agora, depois de menos de um ano [no governo], seria a sua ruína.”

Por isso, escreve o jornalista, o ministro Ariel agiu nos bastidores e disse, nos corredores da política, que um pedido de desculpas seria feito. “Um ultimato humilhante foi lançado a Bennett: Peça desculpas até as 10h00 do domingo ou seja demitido.”

“Mas, olhando para a guerra fria que continua a ser mantida entre o ministro e o premiê, em conversações ‘privadas’ que Bennett teve na quarta à noite, ele elogiou sua esposa, Gilat, por contribuir para acabar com a crise. ‘Ela me disse: Vamos, Naftali, não seja infantil. Seja o adulto responsável e acaba com isso tudo.”

As relações entre o premiê e Bennett são tão envenenadas que é difícil imaginar os dois sobrevivendo um mandato inteiro juntos. A coalizão de governo forjada por Netanyahu completa apenas um ano, entretanto. Ainda assim, é a mais conveniente para ele, afirma Verter, “enquanto ele não cometer o pecado de alcançar a paz.”

Da redação do Vermelho,
Com informações do Ha'aretz