PCdoB-CE: Comissão Política reafirma projeto eleitoral para 2014

Em reunião da comissão política do PCdoB-CE, realizada neste último sábado (01), na sede do partido em Fortaleza, os comunistas defenderam o projeto político-eleitoral deste ano. Dentre os objetivos, reeleger Inácio senador, manter os dois deputados federais e triplicar a bancada na Assembleia Legislativa cearense.

Abel Rodrigues, secretário estadual de organização, alertou que este ano será atípico. “Trata-se de um ano curto, com o carnaval em março, Copa do Mundo e convenções partidárias em junho e, em seguida, campanha e eleições. Essas atividades demandam do partido muita agilidade para cumprir e alcançar os objetivos propostos, por isso a importância de reuniões como esta para nos planejarmos melhor”, defendeu.

Luis Carlos Paes, presidente do PCdoB-CE, fez um apanhado do cenário político atual tendo em vista os embates eleitorais deste ano, dentre eles, a eleição presidencial, de governadores e os demais cargos. “Precisamos aprofundar este debate para entender que os resultados destas eleições poderão representar avanços ou retrocessos para o Brasil”, avaliou.

Cenário internacional

O presidente estadual do PCdoB fez um apanhado dos acontecimentos positivos e negativos recentes em diversos países do mundo. Acerca dos Estados Unidos, Paes citou novas ações na política macroeconômica. O comunista destacou a crise que permanece aguda na Europa e a redução do ritmo de crescimento da China. Os conflitos na Síria, no Irã e na Ucrânia também foram citados pelo dirigente.

Na América Latina, Luis Carlos Paes comentou a realização, em Cuba, da II Cúpula da Comunidade dos Estados Latinoamericanos e Caribenhos (CELAC), que contou inclusive com a participação de Inácio Arruda. “O encontro promoveu uma maior unidade entre os países, além de ajudar Cuba a sair do isolamento político”, citou acrescentando ainda as vitórias eleitorais de Michelle Bachelet, no Chile, e de Nicolás Maduro, na Venezuela.

“Diante de todos estes acontecimentos, observamos uma relativa perda de influência dos Estados Unidos no cenário mundial, com fortalecimento de governos de esquerda na América Latina e maior influência chinesa. Por outro lado, vemos as dificuldades de construção de uma alternativa da esquerda revolucionaria”, considerou.

Plano nacional

No Brasil, Luis Carlos destacou o breve recuo na política macroeconômica citando, por exemplo, a decisão do Banco Central de defender a elevação da taxa Selic. O dirigente apontou também a política de investimentos em parceria com a iniciativa privada para ajudar a alavancar o desenvolvimento do país. Neste tema, o comunista destacou o papel que a mídia vem exercendo com o intuito de minar as iniciativas do governo. “A grande mídia tenta inviabilizar estas iniciativas para, com isso, impedir estes investimentos que representam o fortalecimento do Governo”.

Do ponto de vista da oposição, Paes considera que o discurso está fragilizado. “Eduardo Campos e Marina Silva, por exemplo, procuram estimular os movimentos sociais contra o governo com campanhas como a ‘Não vai ter Copa’”, citou.

O comunista considera que este momento pré-eleitoral deve ser de aprofundamento do debate em torno de um projeto de desenvolvimento para o Brasil. “Devemos focar numa discussão de política macro, nas questões que a sociedade demanda. Nossa campanha deve mobilizar o povo, com a realização de grandes comícios, com debates, incluindo os movimentos sociais para criarmos juntos condições políticas e sociais de viabilizar estes avanços”, defendeu. Ainda segundo o dirigente, ações partidárias aliadas ao povo teria ainda outra consequência. “Aliaremos o fortalecimento da esquerda e, particularmente, o crescimento do PCdoB que sabemos ser uma necessidade política para garantir avanços do país”.

Projeto estadual

O dirigente também avaliou os avanços e desafios no cenário estadual. Ele destacou as conquistas alcançadas pelo governado de Cid Gomes e ressaltou a aliança de sua ampla base de apoio, da qual o PCdoB também faz parte. Luis Carlos avalia que a disputa estadual “tende a ser vitoriosa pro este projeto atual, mas o quadro ainda está bastante indefinido”.

Sobre os planos do PCdoB para as próximas eleições, o presidente do PCdoB ratificou a manutenção do projeto defendido pelos comunistas: reeleger Inácio Arruda senador, manter Chico Lopes e João Ananias como deputados federais e ainda eleger três deputados estaduais. “Teremos um trabalho árduo, de articulações e militância para alcançar estes objetivos”, destacou.

Fortalecimento do Partido

Ao mesmo tempo de toda esta questão eleitoral, Luis Carlos Paes defendeu a manutenção e o esforço de atuação partidária também em suas atividades sociais, junto aos movimentos sociais. “Somos o partido da luta, da revolução, do socialismo. Fortalecer a estrutura do PCdoB nos municípios, garantindo seu pleno funcionamento, é fortalecer também nosso projeto eleitoral. Está tudo interligado”, considerou.

O dirigente comunista destacou como iniciativa a realização das Caravanas Vermelhas, que têm visitado regiões cearenses com o objetivo de levar às coordenações regionais as resoluções do 13º Congresso do Partido e iniciar as discussões acerca do projeto eleitoral comunista para 2014 nos municípios. “Nesses encontros, o PCdoB já reuniu mais de 600 militantes. Nosso esforço é o de fazer com que o partido tenha seu funcionamento regular, com atuação coletiva, atento ao que acontece nas cidades, nos movimentos sociais, nas lutas locais. Temos condições de construir este novo PCdoB, mais organizado e atuante desde as bases. E este processo eleitoral é um bom mote para resgatar esta tarefa”.

De Fortaleza,
Carolina Campos