Marinha chinesa prepara-se para escoltar material químico sírio

A fragata Yancheng da Marinha chinesa começou o treinamento no Mar Mediterrâneo para o transporte de armas químicas da Síria. O comandante Sun Jian afirmou que a missão de escolta para o transporte das armas químicas sírias é de grande significado e será a terceira participação chinesa neste processo.

Marinha chinesa - AFP

“O trabalho exige o maior esforço de todos os marinheiros e o treinamento tem como objetivo reforçar a consciência e a capacidade de combate dos oficiais e soldados,” disse Sun Jian. O navio Yancheng já concluiu duas missões de escolta e vai continuar a apoiar a ONU e a Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) no transporte de armas químicas sírias.

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A primeira operação de remoção dos chamados “químicos prioritários” ocorreu no início de janeiro, quando a Marinha chinesa ajudou na escolta da retirada do material do território sírio, em coordenação com a Opaq.

O esforço é parte do compromisso avançado pelo governo sírio de destruição do seu arsenal químico e de desmantelamento da sua capacidade de produção dessas armas, a partir da assinatura da Convenção para a Proibição do Desenvolvimento, Produção, Armazenamento e Uso de Armas Químicas e para a sua Destruição (CWC), no fim do ano passado.

Na primeira operação, caminhões russos transportaram o material químico de dois pontos até o porto de Latakia, no norte do país, onde ele foi embarcado em um navio dinamarquês e enviado a um porto na Itália, para ser transferido a um navio estadunidense e destruído a bordo.

Na ocasião, o Departamento de Controle de Armas da Chancelaria chinesa disse que o país envolvia-se em uma “operação de coordenação multilateral” em resposta aos apelos do Conselho de Segurança das Nações Unidas e da Opaq, e que a participação da China mostra o compromisso com a manutenção da paz internacional e da segurança, como um membro permanente do conselho.

Neste sentido, a China e a Rússia vetaram três resoluções que impunham sanções contra a Síria e enfatizam na necessidade de buscar soluções políticas à crise no país, em detrimento da intervenção militar sempre posta sobre a mesa pelos EUA e os dois membros europeus do Conselho de Segurança, a França e o Reino Unido.

O prazo para a destruição completa do arsenal químico da Síria é o dia 30 de junho deste ano, compromisso que o governo tem reafirmado, apesar das condições de insegurança e a instabilidade que dificultam o trabalho da Opaq, já ressaltadas diversas vezes pela organização.

Pequim tem se mostrado disposto a aumentar o seu envolvimento em esforços diplomáticos multilaterais para resolver conflitos regionais, o que significa um avanço da posição geral e fixa de “não interferir nos assuntos internos de outros países,” ainda defendida, entretanto.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências