Irã prepara-se para negociar acordo final sobre programa nuclear
A equipe diplomática do Irã para as negociações sobre o seu programa nuclear viajou a Viena, na Áustria, na manhã desta segunda-feira (17), para a retomada das conversações com o Grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia e China, membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha), na terça-feira (18). Apesar do empenho do governo persa no processo, o líder religioso aiatolá Said Ali Khamenei demonstrou pouco otimismo devido ao posicionamento histórico do Ocidente.
Publicado 17/02/2014 10:37
O governo persa e o G5+1 retomam as conversações com o objetivo de alcançar um pacto integral e definitivo, antes do fim do prazo de seis meses acordado em novembro para o avanço de medidas interinas, com o objetivo de “construir confiança”.
Entre estas medidas estão a suspensão das sanções impostas há décadas contra o Irã pelos EUA e pela Europa em troca da redução do enriquecimento de urânio pelos persas (já que o Ocidente acusa o programa nuclear iraniano de almejar a produção de armas) e do maior acesso aos inspetores internacionais, compromissos que as autoridades iranianas têm cumprido à risca.
A comissária da União Europeia para Relações Exteriores e Defesa, Catherine Ashton, é a líder da delegação do G5+1 nas conversações, e tem mantido reuniões bilaterais com os representantes iranianos.
O chamado “plano de ação conjunta” anunciado em novembro de 2013 está vigente desde 20 de janeiro, mas os envolvidos nas conversações avançam para a negociação de um acordo final ainda antes do final do prazo de seis meses.
Entretanto, o líder da Revolução Islâmica (que derrubou o regime brutal monárquico e autocrático respaldado pelos Estados Unidos, em 1979) aiatolá Khamenei disse que não espera grandes resultados das negociações, embora não se oponha.
“Alguns dirigentes do governo anterior e do atual consideram que, se dialogarmos com os Estados Unidos sobre o tema nuclear, o caso pode ficar resolvido, mas, como disse em meu discurso no começo de 2013, não sou otimista sobre as conversações, embora não me oponha,” declarou, em uma reunião com milhares de pessoas, na cidade de Tabriz, no noroeste do país.
O aiatolá afirmou que o Irã não se rende ante as exigências do sistema hegemónico e disse que alguns se esforçam por “embelezar” a imagem dos Estados Unidos, para apresenta-lo como “um governo amável”, mas ressaltou que “estes empenhos são inúteis”, devido ao histórico de ingerência imperialista sobre a política iraniana, agravado pela imposição de sanções desde a Revolução e pela ameaça de mais medidas coercivas deste gênero.
A delegação persa para as negociações, encabeçada pelo chanceler Mohamed Javad Zarif, também é integrada pelo vice-chanceler para Assuntos Jurídicos e Internacionais, Said Abás Araqchi, pelo vice-chanceler para Assuntos da América e da Europa, Mayid Takht Ranvanchi, o diretor-geral para Assuntos Políticos e Internacionais da Chancelaria e o assessor legal do ministério, Davud Mohamadnia.
Além disso, várias autoridades da Organização de Energia Atômica do Irã (OEAI), inclusive o diretor-adjunto, Mohammed Amiri, acompanham o ministro iraniano de Relações Exteriores na nova rodada de diálogos em Viena, sede da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), da qual o Irã é membro.
Da redação do Vermelho,
Com informações da HispanTV