Irã e potências definem progresso das negociações nucleares
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif disse que as capacidades científicas e de defesa do país não são negociáveis e que nenhuma instalação nuclear – cujos objetivos civis e pacíficos têm sido enfatizados – será desmantelada. O chanceler deu declarações nesta quinta-feira (20), enquanto avançava nas negociações com as seis potências mundiais em Viena, na Áustria.
Publicado 21/02/2014 11:15
De acordo com Zarif, a nova rodada de negociações sobre o programa nuclear do Irã com o Grupo 5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China, membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a Alemanha) tem como objetivo definir um acordo definitivo, mas não entrará na discussão sobre o seu direito à autodefesa e às pesquisas científicas.
Neste sentido, ele garantiu que, ao contrário da pressão de grupos radicais nos EUA e de vizinhos como Israel, o desmantelamento das instalações nucleares do país não está em discussão, uma vez que a pesquisa para fins energéticos e médicos é garantida pelo Tratado de Não Proliferação das Armas Nucleares e pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
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Além disso, alguns atores têm tentado acusar o Irã de uma posição ofensiva por causa do avanço nas suas capacidades militares, com o teste de mísseis balísiticos. Entretanto, o vice-chanceler da Rússia, Serguei Ryabkov disse que um acordo final sobre o tema nuclear deve ocupar-se apenas da natureza do programa iraniano, "o que significa a preocupação com questões e aspectos nucleares" do problema, e não com as habilidades bélicas do país, que também tem direito a defender-se.
No último dia de mais uma série de reuniões, em Viena, Zarif explicou que foram discutidos os termos gerais das negociações para um acordo final, já que o plano de ação anunciado em novembro, e iniciado em 20 de janeiro, tem um prazo de seis meses para as medidas de “construção da confiança”.
Entre estas medidas, que muitos observadores têm avaliado positivamente, estão a suspensão das sanções contra o Irã por parte do Ocidente e, em contrapartida, a redução do enriquecimento de urânio e a permissão de maior acesso para os inspetores internacionais a instalações nucleares iranianas.
A nova rodada de conversações entre o Irã e o G5+1 está programada para o dia 17 de março, também em Viena, onde está a sede da AIEA.
De acordo com Catherine Ashton, representante diplomática da União Europeia, em declarações durante uma coletiva de imprensa na quinta, já ficaram acertados um cronograma e um quadro de discussões para a definição do acordo final, mas ainda não há mais detalhes.
Da redação do Vermelho,
Com informações das agências