Irã reduz programa nuclear em troca de alívio nas sanções

O vice-chanceler iraniano, Sayyed Abbas Araqchi, afirmou à imprensa na noite deste domingo (12) que o Irã suspenderá, a partir do dia 20 de janeiro, o enriquecimento do urânio com a pureza de 20%, em troca do alívio das sanções impostas por países ocidentais. Além disso, o Irã concorda em não aumentar a reserva do urânio enriquecido e já aceitou a inspeção da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) sobre a aplicação do acordo.

A alta representante da União Europeia para os Assuntos Estrangeiros e Política de Segurança, Catherine Ashton, declarou no mesmo dia que o consenso alcançado entre diversos setores envolvidos assentou a base para a aplicação favorável das medidas da primeira etapa, a fim de resolver a questão nuclear iraniana.

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O presidente norte-americano Barack Obama saudou a aplicação do acordo de Genebra alcançado entre o Irã e o Grupo 5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China, como membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e a Alemanha) em novembro, e cuja aplicação vinha sendo debatida.

Além disso, Obama disse que vai usar o poder de veto para impedir novas sanções contra o Irã, embora o Congresso estadunidense tenha tentado – e até conseguido, no fim de 2013 – avançar mais medidas deste gênero contra o país, apesar das negociações em andamento.

Os Estados Unidos aplicam sanções contra diversos setores da economia e da política persa desde 1979, quando a Revolução Islâmica derrubou o regime autocrático apoiado pelo governo estadunidense.

As diversas rodadas de sanções contra a produção petrolífera, o setor automobilístico e o financeiro e contra indivíduos e empresas específicas têm base, alegadamente, no programa nuclear iraniano, que países ocidentais acusam, sem evidências, de ter fins bélicos.

A porta-voz da Chancelaria chinesa, Hua Chunying, afirmou nesta segunda-feira (13), em coletiva de imprensa, que a China recebe com otimismo o consenso alcançado entre o sexteto e o Irã, e que quer manter contatos e consultas com outras partes para promover as negociações.

O Irã comprometeu-se com a suspensão do enriquecimento de urânio a 20%, que especialistas ocidentais dizem servir à produção de armas nucleares, mas reafirma o seu direito ao enriquecimento a 5%, suficiente para os fins energéticos e de pesquisas médicas propostos ao programa.

Além disso, o governo persa também reiterou a permissão a inspetores da AIEA, da qual é membro, a suas instalações nucleares. O acordo com o G5+1, alcançado em novembro, tem um período de seis meses de implementação, enquanto um tratado final é negociado.

Da Redação do Vermelho,
Com informações das agências