Elias Jaua: EUA e Uribe estão por trás do golpe da Venezuela

O governo dos Estados Unidos e setores da oligarquia colombiana, encabeçada por Álvaro Uribe, estão por trás do plano orquestrado para desestabilizar o governo da Venezuela, assegurou o ministro de Relações Exteriores venezuelano, Elías Jaua, em entrevista à agência RT.

“Não temos a mais mínima dúvida de que o próprio governo de Barack Obama (…) e setores da oligarquia colombiana, especialmente expressados por Álvaro Uribe, que é assessor e financiador direto de Leopoldo López (líder da oposição venezuelana), estão por trás deste plano de desestabilização da revolução bolivariana e do governo do presidente Nicolás Maduro”, disse Jaua.

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Segundo o ministro, “há testemunhas, imagens, gráficos e relatórios de inteligência de diversos tipos” que demonstram que o ex presidente colombiano colabora com López.

Além disso, denunciou que a administração de Obama pretende derrubar o governo venezuelano. Prova disso, conforme Jaua, é “a declaração do secretario de Estado, John Kerry, e a grave chamada telefônica a nosso embaixador na OEA, condicionando ou exigindo que nos abstivéssemos de prender a López porque senão teríamos graves consequências”.

Nesta terça-feira (18) o dirigente opositor venezuelano, contra quem pesava uma ordem de captura por causa dos violentos incidentes da semana anterior, se entregou às forças da ordem.

“Somos um país independente e soberano com um sistema de justiça autônomo o qual determinará o destino de López. Nós queremos ter uma relação de respeito com os EUA, porém não aceitamos que venham opinar ou condicionar as decisões de poderes públicos autônomos do país”, agregou.

Por outro lado, em repetidas ocasiões o governo venezuelano denunciou que há um ressurgimento neofascista na Venezuela.

“Há um núcleo da oposição que é de ideologia fascista (…) que se caracteriza por uma ideologia de intolerância política e social para com o socialismo, de promoção e estímulo ao ódio de classes e racial como elementos de fazer política e de dirimir os conflitos políticos. São elementos que nos levam a estabelecer como um surgimento fascista em território venezuelano, além do uso de violência através de grupos previamente treinados”, esclareceu o ministro.

Não obstante, o chefe da diplomacia bolivariana enfatizou que combaterão esse “ressurgimento neofascista com autoridade democrática” e com “a mobilização popular de um povo consciente e organizado, agitando as bandeiras da tolerância, da convivência e do amor entre os venezuelanos”.

Anteriormente a televisão estatal venezuelana havia revelado a existência de um fundo milionário arrecadado pela direita para pagar os mercenários que executam as ações violentas no país. Denunciou também que a oposição tinha previsto um dia do mês de maio próximo como limite para materializar o golpe de estado e instaurar um governo de transição.

Todos os cenários são possíveis. Estamos enfrentando já a decisão (da direita) com o apoio de Washington de derrubar o governo do presidente Maduro. Porém nós temos a fortaleza e (…) os elementos que nos permitem ter a confiança, sem subestimar a ameaça que estamos enfrentando”, asseverou.

Paralelamente afirmou que na Venezuela “ha instituições democráticas sólidas e uma maioria popular que tem apoiado a revolução bolivariana ao longo de 15 anos”. Não obstante, para a oposição “não importa a legitimidade democrática, desprezam a vontade majoritária de um povo (…). Consideram que não há saída pela via democrática e por isso querem derrubar o governo”, concluiu.

Assista à entrevista (em espanhol):

Fonte: Diálogos do Sul