Síria saúda resolução da ONU e reafirma compromisso humanitário
O Ministério sírio das Relações Internacionais e da Emigração reiterou, neste domingo (23), que continuará a cooperar com a Organização das Nações Unidas (ONU) para assegurar a entrega de assistência humanitária, de forma indiscriminada, à população afetada pela crise violenta em todas as províncias da Síria. O governo saudou a resolução adotada pelo Conselho de Segurança sobre a situação humanitária no país, no sábado (22), em que também recebe ênfase o necessário combate ao terrorismo.
Publicado 24/02/2014 10:00

Em uma declaração emitida no domingo, o Ministério afirmou a sua prontidão para cooperar com o Coordenador Residente das Nações Unidas e com as organizações internacionais que trabalham no campo humanitário na Síria, para chegar a um acordo sobre os mecanismos de implementação da resolução 2139 aprovada pelo Conselho de Segurança, com base no respeito à Carta das Nações Unidas, ao direito internacional e aos princípios fundamentais do trabalho humanitário.
Leia também:
Sírios e refugiados palestinos demonstram apoio ao governo
Nova rodada de negociações termina com acusação ao governo sírio
Governo sírio segue comprometido com o diálogo, diz chanceler
Governo sírio e ONU evacuam civis de Homs apesar de ataques
O Ministério sublinhou que, no topo destes princípios e regulamentações estão o respeito pela soberania nacional e pelo papel do Estado da Síria, além da neutralidade e da integridade contra a politização da assistência humanitária.
A declaração do órgão ressalta que o governo sírio sempre trabalhou para corresponder às suas responsabilidades de prover condições básicas aos seus cidadãos, em cooperação com a ONU e outras organizações internacionais, através de uma série de planos acordados desde 2012. O último foi aprovado em dezembro de 2013.
Além disso, a declaração também enfatiza um conjunto de medidas adotadas pelo governo sírio para permitir a expansão do alcance das atividades da ONU e o aumento da sua eficiência, resultando na distribuição de alimentos para quase 3,8 milhões de cidadãos sírios por mês.
Responsabilização do apoio ao terrorismo
O Ministério também pontuou que, para corresponder às emergências humanitárias na Síria é preciso lidar com as raízes e os fatores que causam o seu agravamento, principalmente no combate ao terrorismo patrocinado desde o exterior e a suspensão das sanções impostas contra a Síria pelos EUA, a União Europeia e outros países.
“Neste contexto, a Síria considera que o reconhecimento do Conselho de Segurança sobre a intensificação do terrorismo extremista ligado à rede Al-Qaeda e a chamada ao combate e à derrota deste terrorismo é um passo na direção certa, que a Síria espera ansiosamente ser construído com mais medidas” deste tipo, afirma o comunicado do Ministério.
O órgão esclareceu que os passos adicionais incluem a obrigação dos países que dão financiamento e apoio militar, treinamento, abrigo e armas aos grupos terroristas na Síria em parar de respaldar o terrorismo e obedecer as resoluções do Conselho de Segurança. Após meses de reivindicação, o governo sírio foi finalmente contemplado com suas denúncias sobre a intensificação do terrorismo, respaldado por atores estrangeiros.
“Enquanto afirma a sua prontidão para contribuir com todos os esforços honestos e sinceros para prover assistência básica aos seus cidadãos, o governo sírio afirma, por outro lado, a importância da honestidade dos esforços internacionais e seu afastamento do uso político, baseado na exploração do sofrimento humano.”
Compromisso com a emergência humanitária
O governo sírio saudou a aprovação unânime da resolução 2139 pelo Conselho de Segurança, em que insta ao fim do bloqueio a regiões diversas, que tem causado a intensificação das emergências humanitárias e colocado os civis em meio à violência direta, além de provocar a fuga de cerca de 2,5 milhões de refugiados para os países vizinhos.
Em seu discurso durante a reunião do Conselho de Segurança, o representante da Rússia disse que as atividades da oposição para prejudicar as operações humanitárias precisam ser rápida e firmemente condenadas, o que o texto aprovado havia direcionado apropriadamente ao instar por uma abordagem imparcial ao acesso dos provedores de assistência.
Ele disse ainda acreditar que as autoridades e a oposição trabalharão para liberar as áreas bloqueadas e que as sanções contra o país devem ser levantadas. No mesmo sentido, a representação chinesa também saudou a resolução e instou ao seu cumprimento.
A Rússia e a China são membros permanentes do Conselho de Segurança e barraram resoluções anteriores que condenavam o governo sírio, impulsionadas pelos EUA, França e Reino Unido, em busca de formas de promover a intervenção militar contra a Síria.
Da redação do Vermelho,
Com informações da agência Sana e da ONU