Israel lança ataque aéreo contra a fronteira entre Síria e Líbano

A Força Aérea israelense lançou de dois a quatro ataques aéreos na fronteira entre a Síria e o Líbano nesta segunda-feira (24), relata a Agência Nacional de Notícias, libanesa. Nesta terça-feira (25), a agência citou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarando que Israel faz “o que for necessário para manter a sua segurança," quando respondia de forma insuficiente sobre os ataques à fronteira.

Israel ataca a fronteira libanesa - Reuters

Israel teria tido como alvo um comboio de armas enviado pelo governo sírio à resistência libanesa, o movimento e partido islâmico Hezbolá, que atua na defesa contra os frequentes ataques israelenses e luta ao lado das tropas sírias, nos confrontos contra os paramilitares no país.

As aeronaves lançaram quatro ataques na área de Janta, nas montanhas que separam a vila libanesa de Nabi Sheet da fronteira síria, de acordo com o jornal libanês Daily Star. A região é conhecida como localização de um posto do Hezbolá, onde o partido e movimento de resistência realiza treinamentos.

Segundo a agência libanesa de notícias, Netanyahu disse, em uma coletiva de imprensa em Jerusalém, com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel: “Nós estamos fazendo todo o necessário para defender a segurança de Israel. Não diremos que fazemos o que não estamos fazendo,” respondeu, quando questionado sobre os ataques aéreos.

Israel e a União Europeia classificam o Hezbolá como uma organização terrorista, sobretudo com base nas ações de resistência – desempenhadas enquanto as tropas israelenses ocuparam o Líbano, em diversas ocasiões, a última em 2006 – com ataques a bomba contra seus postos avançados.

Além disso, o partido conta com forças armadas consistentes que defendem as fronteiras libanesas contra as frequentes invasões israelenses, por terra e por ar, e combate os grupos armados que atuam na Síria – alguns, extremistas islâmicos que realizam atentados terroristas contra civis e as tropas sírias – com apoio direto estrangeiro.

Uma das suas principais motivações é a própria defesa do Líbano, já que o conflito no país vizinho já transbordou, e as forças de segurança libanesas já têm tido que lidar com explosões suicidas e confrontos armados com membros de grupos extremistas ligados à rede Al-Qaeda.

De acordo com as informações da agência nacional e da AFP, os ataques israelenses acertaram a zona rural da cidade libanesa Nabi Sheet, na fronteira com a Síria. No ano passado, a Força Aérea israelense também atingiu a Síria ao menos três vezes, de acordo com oficiais estadunidenses, “para impedir que armas sofisticadas chegassem às mãos do Hezbolá”, aliado do governo sírio no combate contra os paramilitares apoiados inclusive pelos EUA.

Segundo analistas, a confirmação dos ataques e do território atingido – se libanês ou sírio – também significará a escalada do envolvimento de Israel no conflito regional. Caso tenha atingido o Líbano, o Hezbolá poderá ser obrigado a reagir. Entretanto, paramilitares na fronteira disseram que os ataques atingiram o território sírio, de acordo com o jornal estadunidense The New York Times.

Israel tem sido apontado como um ator envolvido diretamente no conflito que assola a Síria há três anos e que já se espalhou pela região. A derrubada do presidente Bashar Al-Assad tem sido enfatizada como um objetivo claro pelas autoridades israelenses, assim como pelos EUA e por diversos membros da União Europeia, aliados à monarquia saudita e à Turquia.

Todos forneceram apoio direto, financeiro, militar, logístico ou político aos grupos armados que lutam contra o governo sírio, inclusive radicais ligados à rede Al-Qaeda, mas uma resolução aprovada unanimemente pelo Conselho de Segurança, neste fim de semana, finalmente contempla os apelos feitos há meses pelo governo sírio sobre a urgência do combate ao terrorismo.

Da redação do Vermelho