Mujica chega ao último ano do mandato presidencial no Uruguai

O presidente do Uruguai, José Mujica, iniciou o último ano do seu mandato satisfeito por diversos avanços, mas fez um alerta sobre os desafios dos próximos meses, os quais governará em meio de uma intensa campanha eleitoral.

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O presidente, de 78 anos, admitiu que "o momento mais difícil está para vir". E acrescentou: "O pior é sempre a incerteza do que há na frente, mas acho que vamos bastante bem".

Mujica fez essa reflexão na abertura do novo período de sessões do Parlamento, onde sua força política, a Frente Ampla (FA), goza de maioria em ambas as câmaras, frente aos partidos Nacional, Colorado e Independente, da oposição.

Para o mandatário, o Uruguai experimentou melhorias radicais durante seu mandato e, agora, está em condições de se propor "objetivos de maior alcance". Mujica lembrou avanços como o incremento do Produto Interno Bruto (PBI), a diminuição da pobreza e a indigência, a redução das diferenças sociais e o aumento do salário real, além da universalização da saúde e empreendimentos em logística e infraestrutura.

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Ao entregar ao Parlamento a Memória e Balanço Anual 2013, um extenso e detalhado documento de projeções, prioridades e avanços, ele expressou sua satisfação por ter mantido o país "no caminho da recuperação que acreditamos".

Ainda, mencionou vários projetos atuais, como a mudança de matriz energética, através de uma usina de gás, o reposicionamento do país como centro logístico, com a construção de um porto de águas profundas e a mineração de grande envergadura, entre outras medidas. “Para este último ano, existem propostas que apontam, fundamentalmente, ao tema energético de nosso país”, afirmou.

Mujica afirmou ainda que esses avanços são "coisas que terão repercussões no decorrer dos próximos anos".

As últimas sondagens, que ainda não abrangem todos os elementos necessários para ter previsões mais certeiras, asseguram que a popularidade de Mujica aumentou para 54% e que a FA conta com ao menos 44% dos eleitores, um ponto mais que a soma das três forças opositoras. Cerca de 10% do eleitorado está "indeciso".

Os partidos políticos uruguaios ainda não celebraram suas eleições internas, o que deve ser feito no próximo dia 1º de junho, para designar oficialmente seus candidatos presidenciais. A FA, por exemplo, tem dois pré-candidatos: o ex-presidente Tabaré Vázquez (2005-2010), de 74 anos, e a senadora Constanza Moreira, de 54 anos.

À exceção do Partido Independente, que já proclamou Pablo Mieres como seu candidato único, as demais coletividades têm ainda vários pré-candidatos.

As eleições gerais acontecem em 26 de outubro, mas se o candidato vencedor não obtiver metade mais um dos votos, haverá um "segundo turno", em novembro. A transferência do comando do país deve ser efeitivada em 1º de março de 2015.

Mujica assegurou não ter previsto fazer mudanças ministeriais este ano e expôs que, por tratar-se de um ano eleitoral, "obriga a ser particularmente cuidadosos para no envolver a gestão governamental com o processo de renovação das autoridades".

O vice-presidente Danilo Astori alertou, ainda, acerca da necessidade de que "não se confunda o trabalho da ação do governo com a campanha eleitoral e que esta não nos consuma os esforços. Por isso, é preciso achar o equilíbrio. Não vamos abrir mão da campanha, mas vamos avançar nos temas pendentes".

Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina