SSA: Militância celebra luta do PCdoB e a resistência à ditadura
Com a militância em peso, o PCdoB na Bahia comemorou a passagem dos 92 anos de fundação, nesta terça-feira (25/03), na Faculdade de Arquitetura da UFBA, em Salvador. O evento marcou também os 50 anos do Golpe Militar de 1964, que transcorre no próximo dia 1º de abril, e a resistência tenaz do Partido Comunista do Brasil ao regime.
Publicado 25/03/2014 23:36 | Editado 04/03/2020 16:15

A presidente do Comitê Municipal do PCdoB em Salvador, Olívia Santana, lembrou que este foi o partido que esteve à frente desde o início na resistência e que mais perdeu vidas no período. “O Golpe Militar foi muito marcante para do país, instaurando os anos mais duros da história. Mas, o seu fim é um marco também da tentativa de democracia”. Ela fez ainda uma homenagem a Péricles Souza, Renato Rabelo e Haroldo Lima, importantes nomes do movimento de combate ao regime militar.
Com propriedade, Haroldo Lima, que viveu de perto os longos anos de chumbo, contou um pouco da
Para Haroldo, não podemos aceitar que digam que foi um movimento civil-militar, pois os brasileiros não têm que dividir a culpa e os crimes. “A polícia sempre fazia chacinas e forjava tiroteios para justificar os assassinatos. Eu fiquei preso três anos e uma década exilado. Eu não cometi crime político nenhum. Lutei pela liberdade, pelo Brasil”.
Ele reforçou que a luta contra o regime militar foi uma vitória do povo, mas que não acabou ainda. Há algumas coisas a reparar, como a punição dos crimes cometidos pelos militares, de tortura e assassinatos; os desaparecimentos, que as famílias não têm respostas; e casos como o de Anísio Teixeira, que até hoje ninguém sabe se sofreu aquele acidente no fosso do elevador ou se foi jogado pelos militares. “Estes crimes cometidos contra a sociedade não foram anistiados”.
A socióloga Mary Garcia Castro apresentou um texto sobre resistência do PCdoB à ditadura, a partir da participação das mulheres. Entre tantas páginas que lembravam a garra comunista para sobreviver aos anos de chumbo, nomes como Elenira, Valquíria, Olga, Gaia, Maria Lúcia e Loreta foram citados, representando a força feminina na luta em defesa do povo. As palavras de Mary destacaram o papel da mulher na história do PCdoB, como objeto de transformação política e social.
Olívia lembrou que a luta do PCdoB é também contra o racismo e por uma sociedade justa e igualitária. Para ela, o ato de aniversário de 92 anos mostrou que a cada dia, a militância mostra que sabe fazer política e, assim, faz a diferença.
De Salvador,
Maiana Brito
Fotos: Manoel Porto