Soldado estadunidense abre fogo em base militar e mata três
Um soldado que estava sendo avaliado por distúrbio pós-traumático abriu fogo, na quarta-feira (2), na cidade estadunidense de Fort Hood, no estado do Texas, matando três pessoas e ferindo 16. O veterano também se matou, de acordo com as autoridades locais, citadas pelo jornal The New York Times. O incidente levou a polícia a fechar a base do Exército no local, a mesma em que outro oficial matou 13 pessoas, em 2009.
Publicado 03/04/2014 09:58

O autor dos disparos era um especialista do Exército que serviu na guerra dos EUA no Iraque e estava sendo tratado por questões mentais e comportamentais, de acordo com autoridades.
Um oficial do Departamento de Defesa, o Pentágono, disse que se trata do especialista Ivan Lopez, que teria servido por quatro meses, em 2011. Em Chicago, o presidente Barack Obama disse que a Casa Branca e o Pentágono investigarão o que aconteceu, em mais este episódio de violência fatal entre oficiais das Forças Armadas estadunidenses.
O presidente dos chefes de Estado-Maior conjuntos, general Martin E. Dempsey, disse que muitas questões persistem, mas que o foco dos oficiais está no apoio às vítimas e às famílias desta comunidade novamente afetada por um episódio como este.
Testemunhas disseram que o incidente teve início por volta das 16h00, quando ouviram disparos e notaram a confusão causada. A base foi fechada em seguida pela polícia.
Em novembro de 2009, o major Nidal Hassan abriu fogo no mesmo local, disparando e matando 12 soldados desarmados e um civil. O jornal New York Times ressaltou que Nidal era um psiquiatra muçulmano cujo objetivo, segundo os promotores no caso, era matar o máximo possível de soldados, em uma “jihad” contra os militares estadunidenses.
O Senado chegou a relatar o ocorrido como o pior caso de terrorismo em solo estadunidense desde os ataques de 11 de setembro de 2001 e Nidal foi condenado à morte por uma corte militar.
Além dos incidentes de 2009 e desta quarta, Fort Hood também seria o local de outro ataque planejado, mas descoberto pelas autoridades, em 2011.
Entretanto, os índices de estresse pós-traumático, que culminam frequentemente em suicídio, são ressaltados por diversas organizações de veteranos e outras da sociedade civil norte-americana, que também denunciam a falta de apoio das autoridades a estes casos.
Em 2013, o portal Democracy Now já havia publicado, assim como diversos outros meios e organizações, uma denúncia da "epidemia de desemprego, trauma e suicídio" entre os veteranos norte-americanos. Estima-se que 63 mil estejam desabrigados e que 22 se suicidam a cada dia, de acordo com o Departamento de Assuntos dos Veteranos.
Da redação do Vermelho,
Com informações do New York Times e do Democracy Now