Grupo apela contra destruição de imagens de tortura em Guantânamo

Os prisioneiros mantidos em Guantânamo estão em greve de fome para reivindicar uma ação federal que impeçam as autoridades prisionais de destruírem vídeos recém-descobertos sobre a alimentação forçada. A medida é tomada após os relatos de punições cada vez mais brutais contra os que protestam contra a sua prisão e suas condições através da greve de fome.

Guantânamo - PressTV

As gravações produzidas pelas próprias autoridades militares estadunidenses na prisão ilegal em Guantânamo foram descobertas durante uma investigação do tribunal federal de Washington sobre a alimentação forçada abusiva, impulsionada pela ação de um grupo de defesa dos direitos dos prisioneiros, Reprieve.

A ação pediu que o juiz emitisse uma ordem emergencial ao Exército estadunidense, pedindo que preservasse as gravações. “Estamos muito preocupados pela possibilidade de alguém no governo estar agindo rapidamente para destruir as imagens de alimentação forçada, e estamos pedindo ao tribunal que se certifique de que isso não acontecerá,” disse Jon Eisenberg, um advogado do Reprieve.

A urgência do pedido segue uma moção de dezembro 2007, em que a União Americana de Liberdades Civis (Aclu, na sigla em inglês) pediu que a Agência Central de Inteligência (CIA) fosse julgada por desacato pela destruição de uma dúzia de vídeos que mostravam as chamadas “técnicas avançadas de interrogatório”.

Cori Crider, diretor estratégico da Reprieve e advogado dos prisioneiros, disse que “o esquadrão de revolta de Guantânamo arrastando os prisioneiros à alimentação forçada é uma das piores coisas acontecendo lá neste momento, e nós estamos chocados por saber que algumas foram filmadas. Não podemos deixar esta evidência ir pelo mesmo caminho em que foram as imagens da simulação de afogamento – ela pode estar no centro do próximo julgamento das práticas brutais de alimentação forçada em Guantânamo.”

A Reprieve afirma que o último desafio legal acontece após o caso inicial de alimentação forçada avançado pela organização, “Aamer v. Obama”, em que o tribunal da capital federal considerou, em fevereiro, que os tribunais têm jurisdição sobre as contestações das condições de confinamento.

Durante o curso do julgamento, uma miríade de abusos foi trazida à luz, como o uso de tubos de alimentação inseridos com frequência, sobretudo pelas vias nasais, e a prática de deixar os detidos amarrados a cadeiras para defecar.

As imagens mostram, de acordo com a Reprieve, o processo em que “um time de polícia militar, vestida em uniformes de choque, invadem a cela de um prisioneiro e o ‘dominam’, o que já foi criticado como abusivo.” Em 2003, conta a organização, um soldado da Força Aérea dos EUA sofreu dano cerebral permanente participando de um exercício como o descrito, enquanto desempenhava o papel do prisioneiro.

Com informações da Russia Today,
Da Redação do Vermelho