Mulheres dialogam sobre política e emancipação em encontro da UBM

A presidenta da UBM-BA, Daniele Costa, declarou que o encontro é de grande importância para as mulheres, pois incentiva a luta pela emancipação e independência. “Neste ano, completamos 50 anos da ditadura militar, quando muitas mulheres estiveram na linha de frente contra o regime, a exemplo da nossa presidenta Dilma. Infelizmente, a história do Brasil não retrata a luta das mulheres, mas precisamos fazer esse recorte e contar a história dessas batalhadoras.”

A Direção Estadual da entidade prestou uma homenagem a socióloga Mary Castro e a Mãe Estela pelo trabalho e contribuição em defesa das mulheres na sociedade. “Fico extremamente feliz em estar aqui hoje e ser homenageada pela UBM, que tem grande valor na luta pela emancipação das mulheres”, declarou Mary Castro, que apresentou um poema de sua autoria feito sua mãe. Representando Mãe Estela, Mãe Antônia agradeceu a homenagem prestada à ialorixá baiana.

Com o tema As mulheres e a reforma política, a primeira mesa contou com a explanação da socióloga Clara Araújo, que tratou da relação injusta entre homens e mulheres, o acesso ao poder político, financiamento de campanha, entre outros aspectos. Segundo ela, quando se trata de reforma política, é preciso preservar alguns aspectos positivos do atual modelo de democracia.

“Temos um sistema de representação proporcional, os pequenos e novos partidos tendem a facilitar e são mais abertos a participação das mulheres, o voto obrigatório, que integra o princípio básico da cidadania direito e dever, e a propaganda eleitoral são importantes. Muitas pessoas, principalmente as mulheres, decidem seus votos após a apresentação do horário eleitoral”, declarou Clara.

Contribuições

A advogada Dora Márcia, representante da OAB-BA, afirmou que é preciso lutar pelo o que serve na democracia brasileira e fez um pedido as presentes, que se unam e fortaleçam cada vez mais a Lei Maria da Penha. Segundo ela, é preciso ensinar profundamente nas escolas e faculdades o que é política e orientar as pessoas a votarem com consciência. Marianna Dias, presidenta da União dos Estudantes da Bahia, afirmou que a política brasileira não favorece e nem incentiva a participação das mulheres.

Já a deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) disse que a UBM joga papel importante na defesa do feminismo emancipacionista e que é necessário fortalecer organizações com esse princípio. “Temos mulheres aqui das mais diversas áreas de atuação. A reforma política diz respeito a todas nós. É fundamental que a sociedade discuta esse tema. Além do mais, precisamos eleger mais e mais mulheres, precisamos nos sentir representadas nos espaços de poder e decisão.”

Para Julieta Palmeira, presidenta da Bahiafarma e secretária Estadual de Mídia do PCdoB, as mulheres estão sub-representadas no parlamento e é preciso lutar para mudar essa realidade. “A situação feminina na política é difícil e isso só será mudado de enfrentarmos de frente. Precisamos nos candidatar aos cargos eletivos, essa realidade adversa deve nos estimular a lutar. Na Bahia, só temos uma deputada federal. Isso tem que mudar”.

No período da tarde, foram realizadas outras duas mesas com os temas Estratégias para o enfrentamento a violência contra mulheres e a relação mídia, estado e sociedade civil organizada e Políticas públicas para inserção da mulher no mercado de trabalho empoderar a mulher e combater a violência.

Após os diálogos, as mulheres elegeram a direção estadual para o biênio 2014-2016 da entidade e as representantes da Bahia no Congresso Nacional da UBM. Foi apresentado ainda o balanço político da UBM-BA e aprovada a Plataforma feminista Eleitoral.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro