Farc reafirmam luta por Assembleia Constituinte

As Farc reiteraram que “sua candidata” às eleições na Colômbia é a Assembleia Constituinte, depois de apresentar aqui os lineamentos gerais para levar adiante este processo onde a guerrilha expõe sua visão sobre o país.

Em um contexto enfatizado pelo processo eleitoral na nação sul-americana, o líder da delegação de paz das Forças Armadas Revolucionárias-Exército do Povo (Farc-EP), Iván Márquez, disse que a insurgência "tem uma candidata às eleições e é a Assembleia Constituinte".

Nesse sentido, chamou os diversos setores sociais, políticos e populares do país a apoiar este processo "para construir uma alternativa política frente às elites que têm capturado o Estado colombiano desde 1830 para governar e legislar sempre em seu próprio benefício, excluindo os demais".

Nesta jornada em que as Farc-EP comemoraram também seu 50º aniversário de fundação, a guerrilha apresentou seus lineamentos gerais para a realização de um processo constituinte aberto de transição para a nova Colômbia.

As linhas propostas exigem a democratização e participação na vida social; a reestruturação democrática do Estado; a desmilitarização da vida social; o desmonte dos poderes mafiosos e estruturas narco-paramilitares e a justiça para a paz e materialização dos direitos das vítimas do conflito.

Outras linhas expostas constituem a desprivatização e desmercantilização das relações econômicas e sociais; recuperação da riqueza natural e reapropriação social de bens comuns; reordenação democrática de territórios urbanos e rurais e um novo modelo econômico para o bem-estar das comunidades.

Ao avançar de meio século de existência, as Farc-EP manifestaram sentir-se satisfeitas de que seus esforços de luta tenham contribuído para o crescimento da consciência popular na defesa de seus direitos e a exigência de mudanças estruturais para resolver a situação política, econômica e social que tem gerado este conflito.

Por outro lado, a delegação insurgente de paz recusou avaliar os recentes resultados das eleições presidenciais na Colômbia, ao mesmo tempo em que explicou que a guerrilha não discutiu a possibilidade de prorrogar o cessar-fogo unilateral que se encerra nesta quarta-feira (28).

Não vamos nos referir neste momento aos resultados eleitorais. Qualquer coisa que digamos pode ser interpretada de diversas formas, portanto, não queremos arriscar opiniões, afirmou Márquez.

Sobre o cessar-fogo, o líder guerrilheiro destacou que as Farc-EP têm cumprido plenamente com esse compromisso: "Podemos dar essa parte como satisfatória", dimensionou a respeito.

Prensa Latina