Câmara dos EUA aprova sanções intervencionistas contra Venezuela

A Câmara dos Representantes dos Estados Unidos aprovou uma medida que institui sanções contra a Venezuela, nesta quarta-feira (28). Segundo a proposta, a medida atinge autoridades venezuelanas “envolvidas em abusos dos direitos humanos”, com a proibição da sua viagem aos EUA e o congelamento de recursos financeiros no exterior em bancos norte-americanos. A decisão é rechaçada como uma ingerência grave e politicamente motivada nos assuntos da Venezuela e já causou reação.

Governo e oposição na Venezuela iniciam diálogos nesta quinta - EFE

O chanceler da Rússia, Serguei Lavrov, reiterou a solidariedade do seu país, nesta quinta-feira (29), à Venezuela, e instou os Estados Unidos a cessarem sua interferência perturbadora contra a paz no país latino-americano. “Acreditamos que todos os problemas devem ser resolvidos no marco constitucional, sem ingerências, sanções ou ameaças”, declarou Lavrov em Moscou, após assinar um comunicado conjunto com seu homólogo venezuelano, Elías Jaua.

“Reconhecemos os esforços do presidente Nicolás Maduro e do seu governo para vencer as dificuldades na Venezuela e estabelecer um diálogo nacional a favor da paz, inclusive com o apoio da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) e do Vaticano,” disse o chanceler russo.

Lavrov também mencionou as coincidências de posicionamento entre a Venezuela e a Rússia em temas fundamentais das relações internacionais, como o papel central que a Organização das Nações Unidas (ONU) deve desempenhar, com o respeito às suas decisões e a necessidade de busca de meios coletivos para solucionar ameaças e desafios. “Insistimos que se deve renunciar à atuação unilateral e rechaçamos a suposta excepcionalidade das partes,” enfatizou o chanceler.

Na semana passada, o Comitê de Relações Exteriores do Senado estadunidense aprovou uma medida similar à das sanções, para acusar o governo venezuelano pela desestabilização o país. Além disso, a parlamentar republicana Ileana Ros-Lehtinen disse, em um debate na Câmara dos Representantes, que “o Congresso dos Estados Unidos deve estar pronto para agir pela causa da liberdade e da democracia em todo o mundo,” afirmando o posicionamento intervencionista dos EUA.

Jaua agradeceu o “respaldo decidido da Rússia ao governo bolivariano ante as tentativas de desestabilização” e condenou os episódios de violência que têm ocorrido desde fevereiro passado, organizados por grupos da ultradireita nacional e internacional e que deixaram 42 mortos e mais de 800 feridos.

“Rechaçamos os mecanismos de intervenção estrangeira. Estamos de acordo sobre a não ingerência nos assuntos internos, a não intervenção e o rechaço ao mecanismo de sanções,” sublinhou o chanceler venezuelano, que chegou a Moscou depois de participar da Conferência Ministerial do Movimento dos Não Alinhados (MNA) na Argélia.

Da Redação do Vermelho,
Com informações das agências internacionais