Mujica defente ensino produtivo: "O sujeito mais pensa do que faz"

O presidente uruguaio, José Mujica, criticou na última terça-feira (3) o "desprezo ao aprendizado manual" e reivindicou uma maior autonomia para a Universidade do Trabalho do Uruguai (UTU).

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O mandatário reiterou a conveniência de regionalizar a UTU, porque "deve massificar-se o cenário produtivo por excelência no interior do país".

"Custa vencer a inércia, mas é possível. Há que ser mais criativo. Não é simples, porque há outra quimera: o sistema. Constrói-se uma pirâmide insuportável que tudo governa a partir de um escritório central", afirmou.

Em seu progrma de rádio semanal, Mujica disse que para muitos dos jovens que concluem o ensino primário "não lhes é oferecida nada além de um curso básico (secundário)". Depois de ressaltar que há intelectuais que não sabem trocar o pneu de automóvel, insistiu na necessidade de defender o exercício de ofícios manuais agrários e industriais.

O presidente sublinhou que "as mãos não são usadas para outra coisa que não seja escrever" e sustentou a necessidade de que as próximas gerações de uruguaios sejam "mais hábeis, mais inteligentes, capazes tecnologicamente e intelectualmente".

"Nesses três ou quatro anos de ensino básico, perdemos muitos rapazes, porque eles se aborrecem, se sentem estigmatizados, começam a se sentir excluídos do mercado formal, contribuímos para expulsá-los e fazer com que se sintam fracassados", observou.

"Há uma dicotomia nos fatos, se separa o pensar do fazer, o sujeito mais pensa do que faz", acrescentou.

Fonte: Prensa Latina