Indústrias do Rio Grande do Sul não atendem pedidos dos metalúrgicos
A segunda reunião de negociação entre o Sindicato dos Metalúrgicos De Caxias do Sul e Região, no Rio Grande do Sul, e o Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), que aconteceu durante a tarde desta segunda-feira (16) terminou sem nenhum avanço significativo. Os patrões ofereceram apenas o índice do INPC do período, ou seja, zero de aumento real.
Publicado 17/06/2014 11:02
Na opinião do Sindicato dos Trabalhadores, esta postura demonstra que os patrões estão longe de valorizar o trabalhador nesse dissídio e não estão priorizando o acordo. A proposta apresentada pela patronal é a de manter o mesmo texto das cláusulas sociais de 2013 e reajuste salarial conforme o índice do INPC, da inflação. “Repor a inflação não é aumento de salário. Nós queremos é aumento real e este índice é inaceitável” destaca o presidente em exercício do Sindicato, Luis Carlos Ferreira.
A próxima reunião da Campanha Salarial deste ano entre as duas entidades acontece na próxima segunda-feira (23) pela manhã.
As empresas vão bem
Devido à dedicação e ao empenho dos metalúrgicos, as empresas de Caxias vão estão lucrando. Agrale, Marcopolo e Randon cresceram em 2013, e não poderiam se queixar. A Randon, por exemplo, teve crescimento de 21% na sua receita líquida, com um recorde de R$ 4,3 bilhões.
Na visão do Sindicato, "Valorizar o trabalhador é fortalecer o Brasil", slogan da campanha deste ano. Este é o caminho. Os patrões, quando fazem coro com aqueles que dizem que o trabalhador ganha demais e que há até muito emprego no Brasil, estão na contramão.
Para o Brasil seguir em frente, com mais desenvolvimento, é preciso valorizar a renda dos trabalhadores. Com mais salário e direitos, os metalúrgicos – que somam cerca de 60 mil – garantem mais bem-estar e qualidade de vida para as suas famílias e movimentam a economia de Caxias e da região. O comércio e os serviços ganham e gera-se mais empregos em outros setores.
Principais reivindicações dos metalúrgicos
Na campanha salarial deste ano os metalúrgicos exigem 13,5% de aumento. O índice é baseado na inflação dos últimos 12 meses e no crescimento registrado pelas empresas. Piso único de R$ 1.500, para valorizar o salário médio da categoria e inibir os malefícios da rotatividade. Além disso, pedem também 40 horas semanais sem redução de salário, para gerar mais oportunidades de empregos no setor e dar mais tempo para o lazer, a qualificação profissional e para a família do trabalhador.
Transporte e alimentação subsidiados, os metalúrgicos acreditam que as empresas é que devem custear a alimentação e os deslocamentos dos trabalhadores de casa para o trabalho e vice-versa. No salário são descontados transporte, alimentação, plano de saúde e taxas bancárias.
Na pauta consta ainda auxílio-creche para crianças de até 5 anos; igualdade salarial entre homens e mulheres no caso de mesma função; auxílio-lanche para estudantes; contratação de horistas e não mensalistas, porque o segundo regime faz com que se trabalhe 5 dias por ano sem receber; intervalos de 10 minutos a cada 2 horas trabalhadas e por fim, a aplicação da Norma Regulamentadora 12, assegurada pelo Ministério do Trabalho que estabelece as garantias mínimas de proteção ao trabalhador e normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras.
Fonte: CTB