Rússia pode proibir consultoria de firmas dos EUA a empresas estatais

Uma proposta de lei está sendo preparada para proibir que companhias estatais da Rússia contratem serviços de firmas de consultoria dos Estados Unidos e suas subsidiárias. O autor da proposta, Yevgeniy Fyodorov, do partido governista Rússia Unida, disse em entrevista ao diário Izvestia que o objetivo é proteger a economia russa da influência direta estrangeira e da manipulação oculta.

Rússia Banco Central - Global Press Club

O parlamentar Fyodorov, do maior partido da Rússia – com quase 53% dos assentos na Duma, a Câmara baixa da Assembleia Federal –, já sugeriu antes proibir a atuação de firmas de contabilidade dos EUA na auditoria de companhias estatais.

“A economia russa está crescendo apenas 0,5% por ano porque os consultores estrangeiros estão fazendo lobby por seus próprios países. Há alguns dias, discutimos o relatório do Banco Central e o vice-presidente [da instituição] afirmou diretamente que a falência em massa de bancos russos é resultado das consultas estrangeiras,” disse Fyodorov ao diário Izvestia.

O parlamentar disse ainda que as firmas de consultoria não estão ajudando os bancos russos a estabelecer seus próprios formatos de gestão, mas simplesmente indicando a gestão. Além disso, ele reclamou de que o Banco Central ainda está sendo auditado por uma companhia estrangeira.

Fyodorov sugeriu que, assim como na proibição do trabalho de consultores estrangeiros com corporações russas, as autoridades deveriam investir em novas instituições nacionais de consultoria e em núcleos de formulação de políticas estratégicas.

A iniciativa do parlamentar é similar a uma das autoridades chinesas, proposta no final de maio deste ano. As empresas estatais da China receberam a ordem de cortar laços com empresas estadunidenses de consultoria pelo receio de que elas estivessem espionando para o governo dos EUA, de acordo com uma matéria da revista Financial Times, que citou uma fonte próxima aos líderes chineses.

Além disso, a decisão da China aconteceu logo após os EUA terem indiciado cinco militares chineses pela alegada espionagem cibernética de empresas estadunidenses, o que a China negou enfaticamente, apontando a hipocrisia da medida, devido ao reconhecido programa norte-americano de espionagem global.

A secretaria de imprensa da grande companhia estatal de petróleo da Rússia, Rosneft, disse à mídia que a proibição não é inútil, mas que há fatores muito mais importantes que restringem o crescimento da economia russa, como os controles impostos pelos reguladores econômicos internacionais.

Com informações da emissora Russia Today,
Da Redação do Vermelho