Síria busca reconciliação nacional e Obama pede fundos para milícias

O presidente da Assembleia Popular da Síria, Mohammad Jihad al-Laham enfatizou, neste domingo (29), que a reconciliação nacional é a melhor forma de “curar as feridas da pátria” e precisa ser abrangente. Além de combater o terrorismo disseminado, a Síria ainda tem enfrentado a destrutiva ingerência estrangeira. Só na semana passada, o presidente estadunidense Barack Obama sugeriu o envio de mais US$ 500 milhões (R$ 1,1 bilhão) aos grupos armados que classificou de “moderados”.

Síria - PressTV

No sábado (27), o representante permanente da Rússia para a Organização das Nações Unidas (ONU) Vitaly Churkin reafirmou que impedirá a adoção de uma resolução “humanitária” que ameace a Síria com mais sanções, no Conselho de Segurança, órgão do qual a Rússia é membro permanente, com direito a veto.

No dia anterior, durante uma sessão do conselho sobre a implementação da Resolução 2139 sobre o envio de ajuda humanitária ao país árabe, o embaixador da Síria na ONU, Bashar al-Jaafari criticou os países que têm enviado grandes quantias de dinheiro e armamentos e que têm garantido apoio logístico e político aos grupos armados, em um conflito que já dura mais de três anos.

Além disso, a recente notícia de que o presidente estadunidense Barack Obama pediu mais US$ 500 milhões (R$ 1,1 bilhão) para as milícias que classificou de “moderadas” demonstram novamente a interferência imperialista na crise síria e a responsabilidade dos EUA na disseminação da violência, enquanto o povo sírio avança em pontos importantes, como a realização de eleições, no início do mês, e o processo de reconciliação já encaminhado.

De acordo com uma matéria de quinta-feira (26) no The Wall Street Journal, a Casa Branca propôs uma quantia “maior do que a esperada” para “treinar e armar rebeldes sírios moderados”, no que o diário chamou de “uma expansão significativa do papel dos EUA em uma guerra civil que os oficiais temem estar transbordando para o Iraque e por toda a região.”

Enquanto isso, o governo sírio e a Rússia continuam rechaçando a ingerência externa declarada, ao mesmo tempo em que voltam a enfatizar a urgência do combate ao terrorismo e da reconciliação nacional. Para o presidente da Assembleia Popular da Síria, o povo é capaz de enfrentar os grandes desafios através da unidade e da cooperação em diversas frentes, uma habilidade que pode ser empregue “através do diálogo – sempre que possível – e através das armas – quando o diálogo é recusado.”

Referindo-se às eleições, em que cerca de 80% dos eleitores participaram – o voto é facultativo na Síria – e voltaram a escolher o presidente Bashar Al-Assad, al-Laham disse, de acordo com a agência síria de notícias Sana, que “nenhuma parte, interna ou externa, sejam organizações internacionais ou governos, tem o direito de confiscar a vontade do povo, sob qualquer pretexto ou nomenclatura.”

Os sírios mostraram, enfatizam as autoridades e aliados, que continuam defendendo o seu direito soberano de decidir sobre o seu futuro, apesar das advertências internacionais contra a realização de eleições e do apoio avassalador dos EUA, da União Europeia e de vizinhos como a Turquia e a Arábia Saudita aos grupos armados, inclusive terroristas como o Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL).

Da Redação do Vermelho,
Com informações do Wall Street Journal e da agência Sana