Movimentos sociais comentam aprovação da Lei Cultura Viva

Nesta terça-feira (1º), foi aprovada pela Câmara dos Deputados a Lei Cultura Viva, de autoria da deputada federal Jandira Feghali, PCdoB/RJ, dependo apenas da presidenta Dilma para sua sanção. Em entrevista para Rádio Vermelho, líderes de movimentos sociais comemoraram essa aprovação que institui o Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania, a principal reivindicação dos Pontos de Cultura que acumulam em torno de cinco mil pontos pelo Brasil.

Por Ramon de Castro, para a Rádio Vermelho

cultura hip hop radio - Reprodução

Para o presidente da Nação Hip-Hop, Beto Teoria, a nova lei garante a quem promove cultura e principalmente aos que estão na base de toda essa estrutura cultural que sejam de fato protagonistas e que possam realmente ser beneficiados pelo que a cultura produz. “Não só pelos programas de âmbito cultural dos governos municipais, estaduais e federais, mas que o cenário cultural como um todo seja visto de outra forma”, disse.

Beto acredita que os maiores beneficiados pela lei serão as pessoas que fazem a cultura da periferia. “Às vezes as pessoas não tem um conhecimento especifico de tramite administrativo e burocrático em relação aos editais e a Lei Cultura Viva faz uma leitura diferente de uma forma que as pessoas que fazem cultura da periferia e que não se sentiam atendidas pelo sistema público possam estar sendo atendidas agora”, falou.

Segundo Bob Controversista, coordenador do Ponto de Cultura com P de Protagonismo e coordenador da Casa da Cultura Hip-Hop Guarulhos e Alto Tietê, a nova lei viabiliza o diálogo com o poder público e cria outros canais para potencializar os projetos já existentes na periferia. “Para nós que estamos desde 2004 acompanhando esse tramite, a lei viabiliza uma transformação substancial principalmente nessa perspectiva do diálogo do acesso menos burocratizado aos recursos voltado para a cultura”, contou. “O texto da lei cria condição de disputar em pé de igualdade com os grandes conglomerados de cultura”, completou.

Bob destacou o importante papel da deputada do PCdoB, Jandira Feghali, em ter lutado por essa conquista e que os Pontos de Cultura representam o grande canal para ampliação da chegada dos recursos e a desburocratização para ampliação dos mesmos.

Os Pontos de Cultura, que segundo o texto da lei tem prioridade nos recursos, nunca receberam atenção da grande mídia e o coordenador faz uma breve explicação de como funcionam: “São entidades que já faziam um trabalho no desenvolvimento de ações culturais, que de 2003 para cá foram mapeados e começaram a receber recursos do Ministério da Cultura em convenio por três anos com a quantia de 60 mil reais por ano para poder amplificar suas ações”, explicou. “Atualmente estamos chegando a cinco mil Pontos de Cultura pelo Brasil e até 2020 pretendemos chegar à marca de 30 mil”, finalizou.

Ouça as entrevistas na íntegra na Rádio Vermelho: