Festival promove intercâmbio entre capoeiristas e mestres

Fortaleza sediará uma semana de intercâmbio cultural entre capoeiristas, mestres e sociedade através de diversas atividades. Acontece entre os dias 21 e 26 de julho, o Festival Viva Capoeira Viva. O evento é organizado pelo Formando Hebert, Grupo Capoeira Brasil, e alunos e promoverá uma semana de apresentações, debates, oficinas e vivências de manifestações afro-brasileiras.

“O evento Viva Capoeira Viva é um grande encontro cultural, no qual serão apresentados vivências e trabalhos voltados para o estudo da cultura popular brasileira. Serão realizadas também apresentações culturais diversas, como por exemplo, a de danças afro-brasileiras e a do jogo da capoeira”, afirma Luciano Hebert, corda marrom do Grupo Capoeira Brasil e coordenador do evento.

A Capoeira é uma manifestação cultural que possui elementos de dança, luta, música, jogo, arte e folclore, entre outros, sendo que sua essência é uma forma de resistência, pois foi com o objetivo de um povo se libertar que ela nasceu e se mostrou para o mundo. O Viva Capoeira Viva mostrará a força da nossa cultura e promoverá um intercâmbio sociocultural dentro da cidade, movimentando a Capoeira e gerando conhecimento, reflexão e valorização.

A origem da Capoeira ainda hoje é discutida por diversos estudiosos da área, mas acredita-se que ela remonta aos tempos da escravidão e provavelmente foi criada pelos negros escravos aqui no Brasil na ânsia de se libertarem. Atualmente em ascensão e, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a Capoeira encontra-se presente em todo o território nacional e em mais de 150 países, tornando-se inviável contabilizar o seu número de praticantes. A Capoeira hoje é incentivada e amparada por Lei federal e em 2008 foi reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, sendo candidata a tornar-se patrimônio da humanidade.

O Grupo Capoeira Brasil, fundado em 1988 (ano de comemoração de 100 anos da abolição da escravatura), na cidade de Niterói, pelos mestres Paulinho Sabiá (Niterói – RJ), Boneco (Barra – RJ) e Paulão Ceará (Fortaleza – CE), surgiu com o objetivo de incentivar, divulgar e resgatar a cultura e arte da Capoeira, valendo-se desse instrumento como um meio de transformação, incentivando os seus praticantes a se tornarem cidadãos críticos.

Debate com Ginga

Uma vez por mês, no Dragão do Mar, é realizado o “Debate com Ginga”, com o objetivo de debater as temáticas que envolvem Capoeira e incentivar a disseminação de estudos e vivências. Com o tema de Heranças Africanas, o debate abre o Festival Viva Capoeira Viva, com o Formado Atabaque, corda preta do Grupo Capoeira Brasil, William Pereira, presidente da Associação Nação Iracema, Lúcia Simão, fundadora do Movimento Negro no Ceará e Lairton Guedes, presidente da Associação Txai Cultura e Arte. Além disso, a abertura terá vivências em Maracatu com José Maria de Paula e Henrique Rocha, a rainha e o rei, e de dança com a bailarina Lidiane Spinosa.

O Festival apresenta, ainda, o espetáculo de dança InGaiola: Da fechadura à asa, um espetáculo que mistura Capoeira, dança contemporânea e diversos questionamentos.

Batucada de Bambas

Para encerrar o Festival Viva Capoeira Viva, no sábado (26), acontecerá mais uma edição da Batucada de Bambas. A animação da festa fica por conta dos músicos: Rubens Golveia (voz), Son Lemos (bandolim e cavaco), Eman Acilole (vocal e cavaco), Carlos Cajú (percussão) Binho (percussão) e participação especial: Andread Jo, acústico. A batucada terá intervenções de capoeira e maculelê.

Fonte: Agência da Boa Notícia