Wadson: Minha candidatura dialoga com o anseio das ruas por renovação

A conquista de um segundo mandato na Câmara Federal é o grande compromisso dos comunistas mineiros nas eleições de 2014. Empenhados neste objetivo, o PCdoB-Minas apresentou a candidatura do presidente estadual do Partido, Wadson Ribeiro, para integrar a bancada comunista mineira ao lado da deputada federal Jô Moraes.

Por Mariana Viel, da redação do Vermelho-Minas

Além de representar 10% da meta nacional do PCdoB no pleito ao Legislativo, eleição de Wadson significa o estreitamento da política do Partido com as direções municipais das mais de 300 cidades em que os comunistas mineiros estão organizados.

Em entrevista ao Portal Vermelho-Minas, o candidato a deputado federal Wadson Ribeiro afirmou que sua candidatura encontra o terreno fértil do debate político, de ideias e programático. “Estamos empenhados na defesa dos trabalhadores, da sociedade e do povo mineiro – que almeja uma renovação política e a retomada do caminho do desenvolvimento”, explicou.

Para os comunistas mineiros os desafios eleitorais deste ano também incluem a derrota do projeto neoliberal liderado pelo PSDB à frente do governo estadual, assim como a desconstrução da candidatura do presidenciável Aécio Neves. Neste cenário, as forças progressistas de Minas Gerais estão no centro de uma disputa que irá significar o avanço das conquistas sociais lideradas pelo ex-presidente Lula e pela presidenta Dilma, ou a volta da política subalterna das elites brasileiras capitaneada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Assegurar a quarta vitória das foças democráticas e populares nacionais através da reeleição da presidenta Dilma e romper o ciclo perverso neoliberal no estado, com a vitória do ex-ministro Fernando Pimentel ao governo de Minas é a dar um novo passo rumo a um país mais justo e desenvolvido para todos os brasileiros. “O PCdoB-Minas está muito otimista com o processo de reeleição da presidenta Dilma e com o projeto de eleger, pela primeira vez na história, um governo estadual democrático, popular e alinhado ao projeto nacional de desenvolvimento do Brasil”, afirmou Wadson.

Leia abaixo a íntegra da entrevista:

Vermelho-Minas: Diante da atual conjuntura nacional em que estão colocados dois projetos distintos para o Brasil, como o PCdoB-Minas está organizado para participar das eleições?
Wadson Ribeiro: A grande contribuição do PCdoB-Minas para o projeto nacional de reeleição da presidenta Dilma passa pela participação do Partido na frente política que apoia a candidatura de Fernando Pimentel ao governo estadual, e de Josué Alencar ao Senado. Fortalecer a candidatura de Pimentel e fazer com ela possa chegar ao segundo turno e vencer as eleições é interromper um ciclo de 20 anos do PSDB à frente do governo de Minas – com exceção dos quatro anos em que Itamar Franco foi governador (1998-2002).
Além de interromper esse ciclo, temos a tarefa de dar à presidenta Dilma uma grande votação no estado, que é o segundo colégio eleitoral do país. Isso significa neutralizar uma possível vantagem que o Aécio pretende ter em Minas. Nossa militância está empenhada no fortalecimento, através da campanha do Pimentel, do projeto de reeleição da presidenta Dilma e da quarta vitória das forças progressistas.

Como se organizam os comunistas mineiros no atual cenário estadual?
Nosso Partido teve um crescimento significativo em 2012 com a conquista de prefeituras importantes como a de Contagem e outras do interior do estado. Aumentamos nossa representação nos legislativos municipais e nossa presença institucional nos governos municipais. Também intensificamos nossa atuação nos movimentos sindicais, sociais, de juventude e junto à intelectualidade – aumentando nossa presença nas universidades.
O PCdoB atua em diversas frentes de luta e nossa contribuição em 2014 será maior do que a de anos anteriores em função do Partido ter galgado grandes vitórias no estado. Nossa militância é combativa e aguerrida. Uma militância preparada para mobilizar as ruas, mas também com forte influência em diversos setores da sociedade civil organizada. O PCdoB-Minas está muito otimista com o processo de reeleição da presidenta Dilma e com o projeto de eleger, pela primeira vez na história, um governo estadual democrático, popular e alinhado ao projeto nacional de desenvolvimento do Brasil.

Qual é o significado de um segundo mandato na Câmara Federal para o PCdoB-Minas?
Em 2010 tivemos uma experiência positiva ao colocar como meta a eleição de dois deputados federais. Naquela ocasião, conseguimos reeleger a Jô Moraes, com mais de 100 mil votos. Eu obtive 55 mil votos e fiquei na terceira suplência. Ao longo da legislatura fiquei quase metade do período na primeira suplência, em uma chapa que elegeu 17 deputados federais. Achamos que as condições de hoje para a conquista de dois mandatos do PCdoB na Câmara são mais favoráveis em função do maior enraizamento e fortalecimento do Partido, tanto na Grande BH como no interior, onde nós conquistamos mais seis prefeituras.
A eleição de dois deputados em Minas Gerais, diante de uma meta nacional do PCdoB de conquistar 20 cadeiras na Câmara coloca sobre nosso estado uma grande responsabilidade. Minha eleição significa uma presença maior do PCdoB no cenário nacional e em Minas, além do aumento do nosso tempo de TV e da nossa capacidade de intervenção política no Congresso Nacional.
Encaramos essa disputa não apenas como uma batalha eleitoral de Minas, mas como um grande desafio nacional. Estamos trabalhando de forma muito organizada e mobilizada com muitos encontros macrorregionais. Também registramos uma chapa de deputados estaduais com mais de 70 candidatos, ampliando a nossa atuação nas mais diversas regiões do estado – o que nos dá a possibilidade de dobrarmos a nossa bancada na Assembleia.

Quais são as principais frentes e bandeiras da sua candidatura?
Minha candidatura é muito baseada na Zona da Mata – uma região que já foi símbolo da industrialização nacional. Também está muito calçada naquilo que podemos chamar de estrutura partidária no interior do estado de Minas. Fazemos campanha em todas as regiões do estado dialogando, assim, com as mais diferentes realidades políticas, econômicas e sociais. Temos também uma presença muito importante no chamado mundo do esporte, em função da minha atuação como secretário-executivo do Ministério do Esporte.
Dialogamos ainda, pela minha trajetória como presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União da Juventude Socialista (UJS), com o movimento estudantil e demais movimentos sociais organizados. É uma candidatura que responde às necessidades dessas frentes e tem como objetivo aumentar a intervenção política do PCdoB em Minas Gerais – um estado do tamanho da França, com realidades muito distintas e com uma grande demanda política de mais de 25 mil filiados do nosso Partido, em mais de 300 municípios.
Estamos empenhados na defesa dos trabalhadores, da sociedade e do povo mineiro – que almeja uma renovação política e a retomada do caminho do desenvolvimento, seguindo esse bom momento de prosperidade que Lula e Dilma inauguraram no Brasil. Nossa eleição está calcada na luta dos trabalhadores, da juventude, das mulheres e de todos os lutadores e lutadoras do estado e em fazer com que o PCdoB possa crescer cada vez mais, projetar vitórias para 2016 e aumentar sua presença em todos os movimentos.

Como tem sido a receptividade dos eleitores com a sua candidatura neste início de campanha?
Na medida em que a campanha se torna mais politizada e pautada pelo debate sobre os projetos de Brasil e os modelos de desenvolvimento, também fica mais claro o que significou o modelo neoliberal encabeçado pelo PSDB em Minas e no restante do Brasil. Isso fortalece candidaturas como a minha. Minha eleição significa o anseio das manifestações de junho do ano passado por uma renovação na política brasileira, pela reforma política, pela melhoria dos serviços públicos e por melhoria das questões urbanas. Minha candidatura encontra o terreno fértil do debate político, de ideias e programático. O clima que tenho encontrado nas ruas é muito acolhedor para uma candidatura com as características da minha. Precisamos é ter pernas para conseguir dialogar com todas as regiões de Minas para fazer desses anseios realidade em nosso estado.

Qual é o significado da sua candidatura para a militância mineira?
Existe uma grande expectativa em um estado tão grande como Minas e com realidades tão distantes de ter uma candidatura do presidente do Partido. Manter a proximidade da direção estadual com o interior é um grande desafio, uma vez que a própria distância física separa os vários municípios que compõem Minas Gerais. Existe um grande entusiasmo, euforia e perspectiva que a eleição de um segundo deputado no estado signifique uma maior proximidade da política do Partido com cada município do interior que tem construído o PCdoB e erguido as nossas bandeiras de luta. Um mandato que jogue um grande papel nacional, mas que esteja muito ligado às demandas dos municípios mineiros e de construção do PCdoB.