Farc pedem que insurgentes presos sejam ouvidos como vítimas

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) pediram nesta terça-feira (5) ao governo colombiano garantias para que alguns dos guerrilheiros que estão presos viajem a Havana para participar das negociações de paz na qualidade de vítimas do conflito armado. O presidente Juan Manuel Santos e as Farc concordaram que as vítimas do conflito mais antigo da América Latina participarão do diálogo de paz para tentar pôr fim a uma guerra de mais de meio século que deixou mais de 200 mil mortos.

Farc retomam diálogo em meio a incertezas eleitorais na Colômbia - Reprodução

Uma nova etapa das negociações que começaram há mais de um ano e meio ocorrerá em 12 de agosto em Havana. "Há integrantes das Farc prisioneiros que foram e continuam sendo vítimas de graves violações aos direitos humanos… e que, em consequência, não devem ser excluídos por sua condição de rebeldes, independentemente de estarem privados da liberdade", disseram as Farc em comunicado.

O grupo rebelde acrescentou que o governo colombiano "deverá dar as garantias e as permissões" necessárias para que os presos viajem a Cuba, onde ocorrem as negociações.

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No documento, as Farc reiteraram sua disposição em receber as vítimas do confronto para documentar as violações aos direitos humanos cometidas ao longo de mais de meio século de conflito.

O grupo informou que, como parte do acordo geral para o fim do conflito, ambas as delegações debaterão o tema das vítimas do conflito, ponto no qual se esclarecerá, entre outros, o fenômeno do paramilitarismo.

As Farc agradeceram as contribuições da população em matéria de informação, denúncias, investigações, depoimentos, que possam fazer chegar de maneira pessoal ou por correspondência, para empreender o caminho do esclarecimento da verdade e a busca da reconciliação.

Delegações do governo da Colômbia e das Farc buscam, desde novembro de 2012, aproximar posturas que permitam chegar a um acordo para o fim do conflito, e garanta uma paz estável e duradoura nessa nação sul-americana.

Mediante esses diálogos, com sede permanente na capital cubana, já se conseguiram consensos em três dos seis pontos da agenda pactuada: desenvolvimento agrário integral, participação política e solução ao problema das drogas ilícitas.

Da redação do Portal Vermelho,
Com informações de agências de notícias