Farc divulgará lista de vítimas que participarão do diálogo em breve

O coordenador humanitário da Organização das Nações Unidas na Colômbia, Fabrizio Hochschild, reiterou nesta segunda-feira (4) que ainda não há uma lista de vítimas do conflito escolhidas para viajar a Cuba, sede do processo de paz entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Farc - Luis Robayo/AFP

As partes em diálogo começarão a abordar no próximo dia 12 de agosto o ponto da agenda dedicado às vítimas, baseado em 10 princípios já pré-acordados, que incluem a participação das mesmas na mesa de conversas.

Em declarações difundidas pelo diário El País, Hochschild explicou que é difícil que os afetados pelo conflito fiquem satisfeitos com a seleção, pois "é um universo de mais de seis milhões de pessoas".

“Buscaremos as vítimas mais representativas dos fatos mais importantes, de diferentes vitimadores e distintas partes do país”, afirmou.

Além disso, Hochschild assinalou que, como a viagem do primeiro grupo de 12 vítimas está prevista para o próximo dia 16 de agosto, a listagem preliminar de quem integrará as cinco delegações será informada à opinião pública nos próximos dias.

O governo colombiano e a guerrilha pediram às Nações Unidas e ao Centro de Pensamento e Acompanhamento do Diálogo de Paz da Universidade Nacional, com o auxílio da Conferência Episcopal, que proponham a listagem inicial das 12 vítimas que participarão na mesa de paz.

Pelo segundo dia consecutivo, a cidade de Cali, no estado do Vale do Cauca, ao sul, acolheu mais de 1.500 mil delegados em um fórum nacional para dar voz e espaço aos atingidos por estes anos de conflito, a pedido do Governo e da guerrilha.

Um dos convidados presentes neste segundo dia foi o coordenador do Wave Trauma Centre em Belfast, Alan McBride, vítima do conflito da Irlanda do Norte, cuja esposa foi assassinada. A vingança não é a solução, afirmou aos participantes do fórum.

Os participantes trabalham em 30 mesas centradas em temas como justiça, verdade e reparação para construir propostas que sirvam de insumo a este ponto, o quinto de uma agenda da qual já há acordos parciais em três temas: desenvolvimento agrário integral, participação política e solução ao problema das drogas ilícitas.

Fonte: Prensa Latina