Após tentativas de negociação, médicos paraguaios iniciam greve

Os médicos paraguaios radicalizaram, nesta segunda-feira (1), em seu posicionamento devido ao baixo investimento no setor que provoca a falta de insumos. Os profissionais iniciaram com pequenas paralisações de duas horas diárias que agora já passam de cinco, e convocaram uma greve geral da categoria para o dia 30 de setembro.

Assembleia dos médicos paraguaios - Ea

O acordo foi adotado durante uma assembleia geral com delegações dos distintos departamentos do país, uma vez que se divulgou a constituição do Sindicato Nacional de Trabalhadores da Saúde.

Os médicos decidiram paralisar os trabalhos durante uma hora pela manhã e outra durante a tarde e suspender as cirurgias programadas, porém vão mantar a atenção aos casos de urgência para prejudicar a população.

O dirigente do sindicato, Jesus Irazábal, advertiu que a medida de força busca pressionar o Governo de Horácio Cartes para obter uma solução urgente aos sérios problemas enfrentados pelo setor e qualificou de “farsa” o atual orçamento destinado à saúde, pois apenas 30% é cumprido efetivamente.

“O Executivo sequer é capaz de cumprir com esse orçamento totalmente insuficiente que está anunciado, pois, na realidade os fundos programados nunca se desembolsam em sua totalidade pelo ministério da Fazenda”, afirmou.

Durante toda a semana passada os profissionais mantiveram uma paralisação escalonada que chegou a se prolongar por cinco horas, agora a as paralisações serão desenvolvidas paralelamente a uma preparação para a greve geral prevista para durar três dias.

Irazábal admitiu que a mobilização dos médicos constitui, por si só, uma pressão às autoridades para conseguir que apresentem soluções durante uma reunião marcada com o presidente Horácio Cartes para esta quarta-feira (3).

Durante a assembleia, os médicos também demandaram a destituição de César Pimenta, diretor de Recursos Humanos do Ministério da Saúde Pública, e reiteraram a proposta de que seja aprovado mais recursos destinados à reforma de hospitais e ao aumento salarial dos trabalhadores da saúde.