Síria cooperará contra extremistas, mas exige respeito à sua soberania

O governo sírio está disposto a cooperar com a comunidade internacional no ataque a posições do grupo extremista Estado Islâmico (EI) no país, mas exige respeito à sua soberania e a sua independência.

Militante de grupo armado islâmico no Iraque

Os funcionários governamentais e os meios de comunicação da Síria criticaram as ameaças realizadas pelo presidente dos EUA, Barack Obama, de fazer ataques aéreos unilaterais em território sírio.

“Ataques contra forças estrangeiras em nosso país, sem a aprovação do governo, serão considerados como um ataque a própria Síria”, advertiu o ministro da Reconciliação Nacional, Ali Haidar.

A agência de notícias oficial Sana já havia denunciado a ambiguidade de Obama ao anunciar a intensificação dos bombardeios contra o EI ao passo que ele apoiou organizações extremistas no país que tentam derrubar o governo de Bashar al Assad.

Em seu discurso, o presidente também prometeu mais ataques aéreos contra o EI em território iraquiano. Segundo a Sana, com essa política, o governo norte-americano mostra falta de seriedade e lembrou que milhares de europeus e norte-americanos se juntaram às fileiras do Estado Islâmico.

A emissora de TV síria também questionou as palavras de Obama, afirmando que os Estados Unidos armaram e financiou vários grupos extremistas que lutam hoje na Síria.

No final de agosto, o chanceler Walid al-Moallem abriu as porta para uma cooperação com as potências ocidentais, a fim de derrotar o EI, mas advertiu que seria no âmbito do respeito, da soberania e da independência da Síria.

Quando questionado, ele disse que eventuais ataques de aeronaves americanas ou de outras nações contra posições terroristas na Síria, primeiro deveriam ser coordenados com o Governo.

“Estamos prontos para trabalhar com qualquer país para combater este flagelo, mas a violação de nossa soberania constitui um ato de agressão”, disse ele.

Damasco denunciou repetidamente o apoio sistemático de países europeus e de grupos armados dos Estados Unidos na Síria, incluindo a entrega de armas, dinheiro, logística, treinamento e informação militar.

Coalizão

O governo norte-americano garante que possui o apoio de 10 países da região para o desenvolvimento das atividades contra o EI: Iraque, Egito, Líbano, Omã, Emirados Árabes, Kuait, Bahrein, Qatar, Jordânia e Arábia Saudita. A princípio, estas nações contribuiriam também, de alguma forma, com as ações militares.

A Rússia já advertiu os EUA de que um ataque em território Sírio sem autorização do governo local e sem o apoio do Conselho de Segurança da ONU seria uma grave violação do direito internacional.

Da redação do Vermelho,
com informações da Prensa Latina