Peruanos realizam marcha contra a corrupção

Uma marcha contra a corrupção e a tolerância à ela será realizada nesta quarta-feira (24), em Lima, no Peru, onde o principal candidato à prefeito tenta se livrar do estigma de ter sido beneficiado por este crime.

Manifestação contra corrupção no Peru - EFE

A mobilização, convocada pelo grupo “Lima sem corrupção”, começa logo depois de divulgados os resultados de uma pesquisa onde mostra que 41% dos moradores da capital estão dispostos a eleger alguém que “roube, mas faça obras”.

O grupo agrega artistas, escritores, jornalistas e outros membros da sociedade civil organizada que representam amplos setores indignados com este resultado e mais, 49% dos eleitores da capital pretendem votar em um político com essas características, o conservador Luis Castañeda.

O protesto se denomina “A Marcha de 56%”, porcentagem de entrevistados que responderam que nenhuma maneira votariam num candidato que roube. Uma declaração do coletivo faz um paralelo entre a marcha e o movimento cidadão de rechaço às pretensões dos herdeiros do ex governante Alberto Fujimori (preso por corrupção e outros crimes) nos comícios de 2011, quando o presidente Ollanta Humala foi eleito.

O pronunciamento afirma que a pesquisa é apresentada como “a consagração do favoritismo de Castañeda” e recorda os graves casos de corrupção registrados durante a gestão deste político como prefeito, entre 2003 e 2010.

A pesquisa não agradou muitos setores da sociedade e aparentemente preocupou Castañeda, que nesta terça-feira (23) concedeu uma série de entrevistas para afirmar não ser corrupto e declarar que está sendo vítima de uma “guerra suja” eleitoral.

O candidato, beneficiado cerca de metade do eleitorado, pareceu se irritar quando um repórter de televisão lhe perguntou se sentia “cômodo” com a informação de que 49% das pessoas acreditam que ele rouba.

Casteñeda também aproveitou a mídia para tacar a prefeita de centro-esquerda de Lima, Susana Villarán, que com minoritário apoio e sendo objeto permanente de uma campanha hostil da maioria da imprensa, busca reeleição e tem entre seus lemas “faz obras, mas não rouba”.

Fonte: Prensa Latina