Governo da Colômbia e Farc-EP retomam Diálogos de Paz em Havana

Representantes do governo da Colômbia e membros das Farc-EP (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo) retomaram nesta terça-feira (23), em Havana, contatos para continuar os debates sobre as vítimas do conflito armado no país, no contexto dos diálogos de paz, realizados desde novembro de 2012.

Vítimas do conflito colombiano nos Diálogos de Paz - Efe

Como resultado dessas práticas, os representantes do presidente Juan Manuel Santos e as Farc-EP entraram em consensos em assuntos relacionados à reforma rural, participação política das Forças Armadas e drogas ilícitas.

A guerra na Colômbia já deixou cerca de 6,5 milhões de vítimas, entre elas, mais de 200 mil mortos, portanto é crucial encontrar mecanismos para reparar os atingidos e assegurar que esses crimes jamais voltem a acontecer.

Durante este ciclo, representantes desses afetados participaram da mesa de diálogos para narrar suas experiências e expor propostas, como parte de um esforço coordenado pela ONU, a Conferência Episcopal e a Universidade Nacional da Colômbia.

Este será o terceiro grupo de vítimas a participar dos diálogos em Havana, a previsão é que outros dois, compostos por doze pessoas cada um, participem das próximas rodadas, até completar um total de 60 pessoas, selecionadas pelas instituições citadas.

A presença dos afetados pelo conflito – inéditas na história deste processo – tem sido qualificadas como transcendentais pelas delegações de paz encabeçadas pelo ex vice-presidente, Humberto de la Calle, e o comandante guerrilheiro Iván Márquez.

A esta iniciativa da mesa se somaram outras que imprimem uma nova dinâmica aos diálogos de paz, como a criação da Comissão Histórica do Conflito e Suas Vítimas, e de uma subcomissão que adianta as análises sobre o fim da guerra.

Outro grupo de trabalho, integrado por até cinco representantes de cada parte, contribui para garantir um foco de gênero nas discussões, assim como os consensos conquistados e por conquistar.

Desde as primeiras apresentações das vitimas, toma força a exigência de um cessar fogo bilateral que contemple um ambiente propício para o desenvolvimento dos diálogos, e garanta a continuidade deste processo.

Apesar da complexidade do processo e dos desencontros, ambas as partes tem expressado otimismo e vontade de avançar nas conquistas dos acordos que permitam alcançar a paz estável e duradoura para a Colômbia.

Fonte: Prensa Latina