Começa a greve dos bancários por salário e condições de trabalho

Em assembleias realizadas na noite desta segunda-feira (29) bancários de bancos públicos e privados de todo o país decidiram entrar em greve nacional a partir desta terça-feira (30), por tempo indeterminado. A categoria rejeitou a nova proposta apresentada no sábado (27) Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), que eleva o índice de reajuste de 7% para 7,35% (0,94% de aumento real) para os salários e demais verbas salariais e de 7,5% para 8% (1,55% acima da inflação).

greve dos bancários - CTB

“Os banqueiros trataram com descaso a categoria quando convocou de última hora o Comando Nacional dos Bancários para negociação no último sábado e ofereceram a proposta de 7,35% de reajuste salarial. Este índice não representa nem um por cento de aumento real. Uma vergonha. Enquanto não arrancarmos uma proposta decente estaremos em greve”, assinala Jorge Barbosa, presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna (BA).

Somente os seis maiores bancos (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Santander e HSBC), que somados detêm mais de 85% dos ativos do sistema financeiro e empregam mais de 90% dos bancários, tiveram lucro líquido de R$ 56,7 bilhões em 2013 e mais R$ 28,5 bilhões no primeiro semestre deste ano.

"A greve começa forte, com grande adesão em todo o país. Os bancários estão mobilizados para derrotar a intransigência dos banqueiros", aponta o presidente do Sindicato da Bahia, Augusto Vasconcelos.

De acordo com Vasconcellos, enquanto os bancos não apresentarem uma proposta melhor e não reabrirem as negociações, os trabalhadores continuam de braços cruzados. "O desrespeito com o bancário e com a população tem de acabar!".

Manifestação em frente ao Banco Central

Mesmo em greve, a mobilização dos trabalhadores não para. Na próxima quinta-feira (02), a categoria bancária vai realizar um ato em frente à sede do Banco Central na avenida paulista, em conjunto com diversos movimentos sociais. O objetivo é repudiar as propostas que querem deixar o BC sob total controle do mercado financeiro e independente do controle social.

A manifestação também dará divulgação à greve reivindicando maior participação dos bancos públicos no financiamento de programas sociais como a construção de moradias populares e do incentivo à agricultura familiar e à reforma agrária.

Fonte: CTB