Alice Portugal assina representação contra Diogo Mainardi 

A deputada federal Alice Portugal (PCdoB-BA) está entre os seis parlamentares que apresentaram uma denúncia à Procuradoria Geral da República (PGR) contra o jornalista Diogo Mainardi, pelas declarações preconceituosas feitas por ele sobre o Nordeste. Durante a participação em um programa de TV, após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, Mainardi disse que a região era “retrógrada, governista, bovina e subalterna”.

No discurso, Mainardi ainda insinuou que os nordestinos votaram em Dilma porque são pouco instruídos. “É uma região atrasada, pouco educada, pouco instruída, que tem uma grande dificuldade de se modernizar, e se modernizar na linguagem”. Na representação, os deputados defenderam que a atitude do jornalista incita posições discriminatórias e racistas na sociedade.

Além de criticar a postura do jornalista, Alice Portugal também lamentou o fato de inexistir no Brasil uma regulamentação da mídia, o que permite que situações como essa se repitam. “Isso chamou a atenção da sociedade brasileira e constituiu-se uma grave ofensa ao povo nordestino. Por isso que nós exigimos uma posição do Ministério Público. Já que não há um conselho que regulamenta a imprensa, recorremos aos controles públicos”.

Além de Alice, também assinam a representação Luciana Santos (PCdoB-PE), Henrique Fontana (PT-RS), Erika Kokay (PT-DF), Pedro Eugênio (PT-PE) e Luiz Couto (PT-PB), além do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação. No documento, foi incluída a informação de que a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) recebeu mais de 90 denúncias contra o jornalista.

Os parlamentares decidiram prosseguir com a representação, mesmo com o pedido de desculpas feito por Diogo Mainardi, na mesma emissora de TV.

Na Rede

A deputada baiana também criticou a onda de preconceitos contra os nordestinos na internet. “Não podemos admitir que essa onda de ofensas na web vença. Também queremos que todas essas manifestações na rede sejam identificadas porque isso é violência e ódio, o que não é aceitável”, finalizou.

De Salvador,
Erikson Walla