Equador reclama diálogo “construtivo” com a Suécia sobre caso Assange

O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, expressou à embaixadora da Suécia no país, Marie Andersson de Frutos, a necessidade de manter um diálogo "construtivo” com essa nação sobre o caso do fundador de WikiLeaks, Julian Assange, asilado na embaixada equatoriana em Londres há mais de dois anos.

Julian Assange e Ricardo Patiño - EFE

Segundo uma nota de imprensa da Chancelaria, difundida na quinta-feira (13) de novembro, Patiño manifestou que esse "diálogo construtivo" deverá ser "de acordo com os princípios de soberania e independência de poderes" e guiado pelo "compromisso dos dois países com o direito internacional e os instrumentos que defendem e promovem os direitos humanos”.

"A imobilidade atenta contra os direitos humanos de Assange e de todos os envolvidos nesse sensível caso”, enfatizou Patiño ao se reunir em Quito com a embaixadora da Suécia para o Equador, com sede na Colômbia. Patiño expôs a situação do cidadão australiano, que permanece em um limbo jurídico à espera de que o Reino Unido lhe conceda um salvo-conduto para que possa viajar de Londres para o Equador, depois de receber, em 2012, o asilo do governo equatoriano.

O Reino Unido, no entanto, tem impedido o trânsito de Assange em virtude de que – assegura – está no dever de dar cumprimento a uma ordem de arresto emitida pela Suécia, para que este responda ante a justiça por supostos delitos sexuais que pesam contra ele.

Nessa jornada, Patiño ratificou à sua interlocutora a importância que seu país atribui ao caso de Assange e reiterou os fundamentos jurídicos para a concessão do asilo, assim como a tradicional posição do Equador de respeito aos direitos humanos. Também expôs a vontade de manter os melhores vínculos com esse Estado europeu.

Por sua parte, a embaixadora da Suécia expressou sua coincidência com a decisão de avançar no fortalecimento das relações bilaterais e o início de um renovado diálogo político, incluindo a coordenação nos foros multilaterais, segundo assinalou a Chancelaria em sua nota.

Indicou, ademais, as projeções do novo governo social-democrata do seu país, bem como o interesse que suscita a vinculação com a América Latina e o Equador.

A diplomata também se mostrou sensibilizada pela finalização das negociações do Acordo Comercial Multipartes entre Equador e a União Europeia e da realização da próxima Cúpula Celac – União Europeia em junho de 2015, em Bruxelas.

O chefe da diplomacia equatoriana, entretanto, destacou as coincidências em diversos temas da agenda internacional, como as negociações sobre meio ambiente e mudança climática, e mencionou a prioridade do seu país de promover a cooperação internacional em ciência, tecnologia, talento humano, inovação e mudança da matriz produtiva.

Fonte: Agência Andes