Frelimo recusa ideia sobre governo de transição em Moçambique

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) recusou a ideia de um governo de transição proposto pela opositora Renamo, que considera que essa é a melhor forma de manter a paz depois das eleições que qualifica como irregulares.

Bandeira de Moçambique

Não aceitamos a proposta, "tendo em consideração que quando há eleições, os partidos políticos temos o dever de respeitar os resultados", disse a uma agência portuguesa de notícias o porta-voz do Frelimo, Damião José.

No último dia 7, o líder da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, maior partido opositor), Afonso Dhlakama, defendeu em uma entrevista ao semanário Savana a criação de um governo de transição.

Alegou que o Frelimo não tem legitimidade para formar um Executivo por supostas fraudes nas eleições gerais de 15 de outubro.

"Um governo, diria eu, de transição para dirigir o país em um determinado período. Neste caso, fevereiro ou março de 2015", referiu Dhlakama.

Sobre esse tema, José afirmou que "eles (opositores) até hoje não disseram que se tratava de um governo de transição, principalmente depois de umas eleições democráticas".

Afirmou que não houve contato da Renamo com o Frelimo, nem com o presidente eleito Felipe Nyusi, nem com o Governo sobre esta proposta.

"O que sabemos é que a Renamo continua falando nisso", enfatizou o porta-voz.

Nyussi (candidato do Frelimo) ganhou as presidenciais ao obter 57% dos votos, enquanto Dhlakama, conseguiu 37%, segundo resultados finais da Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

Ao alegar diversas irregularidades, a Renamo e o Movimento Democrático de Moçambique (ODM) anunciaram sua intenção de solicitar ao Conselho Constitucional a anulação das eleições, as quintas na história nacional.

O Frelimo teve maioria absoluta de 55,97% no Parlamento. Com esta vitória nas urnas, esta organização política estende por outros quatro anos sua permanência no poder do país que começou em 1975, depois da independência de Portugal.

Os dados oficiais divulgados pela CNE devem ser validados pelo Conselho Constitucional.

Fonte: Prensa Latina