Senado colombiano quer explicações de general capturado pelas Farc

O presidente do Senado colombiano, Jimmy Chamorro, informou que na próxima semana deve pedir ao Ministério da Defesa e ao general Rubén Darío Alzate – em poder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) – explicações sobre as circunstâncias que culminaram no episódio que colocou em risco o processo de paz entre governo e guerrilha.

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O Senado quer saber o motivo pelo qual o oficial do exército não informou seu traslado ao município de Las Mercedes (no estado de Chocó), sem respaldo militar e com trajes civis. Aznate foi detido nesta semana por guerrilheiros do bloco "Iván Ríos" das Farc, em um local considerado “zona insegura”.

“Este é um tema que está esperando liberação, mas não se pode deixar passar por alto e será abordado. Na próxima quarta-feira (26) será apresentada a proposição”, disse Chamorro, segundo informações publicadas pela Telesur.

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De acordo com ele, “nesta instância legislativa, encarregada dos temas de segurança e defesa, surgiram críticas pela forma como se deu a retenção e a ausência de esquemas de segurança para um general do exército em uma zona de combate”.

O próprio presidente colombiano, Juan Manuel Santos, chegou a questionar o fato de Alzate haver quebrado todos os protocolos e ignorado as advertências feitas pelo soldado que o acompanhava. Santos anunciou na segunda-feira (17) a suspensão do 32º ciclo dos diálogos de paz com o grupo guerrilheiro após o desaparecimento de Alzate e mais duas pessoas.

O país espera que se inicie o processo de liberação do general colombiano e de seus acompanhantes por parte das Farc. Somente por meio desta ação a continuidade das negociações pelo fim do conflito poderão seguir seu curso.

O governo da Colômbia e as Farc iniciaram há dois anos, em Cuba, um diálogo de paz para tentar acabar com um conflito armado de mais de 50 anos, mas sem decretar um cessar-fogo. Esta é a quarta tentativa de solucionar o problema com a principal guerrilha do país e a mais antiga da América Latina, criada em 1964.

O atual processo com as Farc já alcançou consensos parciais em três dos seis temas na agenda: reforma agrária, participação política da guerrilha e solução ao problema das drogas ilícitas.

Da redação do Portal Vermelho,
Com informações da Telesur