Colômbia: "É hora de dar um salto no processo de paz"

O advogado Humberto de la Calle, representante governamental nos diálogos de paz, defendeu nesta segunda-feira (1º/12) um salto no processo com o propósito de demonstrar que a Colômbia se aproxima do fim do conflito.

Rubén Darío Alzate

"Há meses que discutimos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP), medidas para reduzir a escalada do confronto, segundo os termos militares, e é hora de passar à ação", declarou o porta-voz do executivo antes de partir para Havana, sede do diálogo.

De la Calle afirmou que os recentes sucessos demonstram a força das medidas pacifistas e a capacidade de superar obstáculos.

Com sede na capital cubana desde 2012, os diálogos foram interrompidos pelo presidente Juan Manuel Santos em seguida ao aprisionamento do general Rubén Darío Alzate e outras duas pessoas no Departamento de Chocó, por grupos das Farc-EP.

A libertação no domingo (30/11) do comandante da força tarefa Titã e seus acompanhantes (Gloria Urrego e Jorge Rodríguez) abriu as portas para o reinício dos encontros entre ambas as partes beligerantes.

O ex-vice presidente reiterou que a delegação do executivo retorna à ilha com o ânimo de avaliar os avanços das negociações.

Em sua opinião, a superação deste obstáculo deve ser um motivo não só para retomar as conversações mas para buscar sua pronta finalização e, assim, "cumprir com as expectativas da sociedade sobre um acordo rápido", insistiu.

O chefe do grupo de negociações oficial agradeceu da mesma forma o apoio do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, de Cuba e da Noruega, países mediadores do processo de paz, nos procedimentos humanitários para colocar em liberdade Alzate, Urrego, Rodríguez e a dois soldados profissionais aprisionados pelo movimento guerrilheiro em Arauca, depois de um combate.

"Também contribuiu a presença dos comandantes das Farc-EP" disse.

Não podemos nos contentar com a superação de um obstáculo, por mais difícil que seja, este deve ser um momento que nos conduza da reflexão à ação, continuou.

Os diálogos entre o governo e a guerrilha estavam no ponto relativo aos direitos das vítimas do confronto, os quais são mais de seis milhões de envolvidos.

Representantes das Farc-EP insistem em um cessar fogo bilateral das hostilidades para dialogar em um ambiente favorável e minimizar os danos para a população civil, opção descartada até agora pelo governo.

Fonte: Prensa Latina